There’s a letter in the pages
That slowly burns my tongue,
And there’s a man who’s eating candles
So all the light will be gone…
And he catches his own shadow
So that he won’t be alone,
His voice is calling my attention,
But there’s only silence by the phone…
Spiral drifting into descent…
As I stare, indifferent…
And so I breathe into the fire
So that my will may grow strong!
And there’s a man in the bottom
Too down to sing along…
Lured out by the whispers,
Once screams that grew so dim,
Throw out all the pages
To get sort out by the wind…
Locked in prison, inner sin…
As I stare, indifferent…
Touch the envelope,
And bend it by your will,
Eyes became so distant
But opened still…
There’s a man leaving footsteps
So he may never disappear,
I’ve always wanted to get rescued
Far from here…
How much patience does it take?
As I stare, indifferent…
No one’s ever certain
Whose life will get saved?
I couldn’t recognize both men,
One’s just a letter in a page…
But the other died happy, in his way…
Because we all die for someone, someday…
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
Violado/Retrato by The Un{told}
Ouvidos surdos, sentimentos mudos, aqui, no meu leito me entrego quando violado sou acordado, não pestanejo, sem hesitar refuto, sem racionalizar desfruto, profanado ergo um tumulto. Aqui, saciam a sua cede, tento afasta-los mas não me sinto a nega-los, não, muito pelo contrário anseio pelos seus regalos. Depois de apedrejado, neste vasto recinto vislumbro a vida, quando mais uma vez usado, alguém quer este corpo calejado.
Quando o toque se faz presente, uma luz indesejada me traz conformidade, não existe razão, o raciocínio não pacifica o coração, é quando na escuridão, que satisfaço a minha excitação. Quando contrariado, acorrentado, sou estropeado.
É quando abraço o indesejado, nesses momentos pouco achados, que me confronto com uma natureza que me faz explodir. Neste recinto frio fechado, sou explorado, acorrentado ao enferrujado num misto de sangue sou vendado. Ouço as palavras que me fazem morder um rugido abafado de trapos, com as minhas mãos te alcançar para te em mim sufocar, com estes dedos te tocar, sentir, torcer e espremer. Arrancar de ti as palavras de prazer, pelas minhas unhas nas tuas linhas, trajectos da história em que me fazes tremer, em que contrariado sou dominado, bem lá no fundo um achado, sofrer para viver, sofrer para aprender, sofrer para crescer.
Cair é fácil, quando todo o mundo chora torna-se fácil escorregar, quando todo o mundo questiona torna-se fácil sonhar, mas quando todo o mundo cai em quem nos podemos apoiar para nos levantar?
Foi no fosso que te conheci, foi no fosso que em ti me embebi e me entreguei, foi contigo que senti quando cai, hoje contam-se quedas atrás de quedas e ainda não te esqueci.
Pois na memória não me faltas, das vezes que me tomaste e usas-te, quando por palavras expressaste-te, quando ao anoitecer entras-te e no amanhecer abalas-te, lúcido e desperto com um escrito me deixas-te.
Sempre me perguntei, porque é que não ficas-te ao meu lado, aconchegados e entrelaçados como um. No entanto sempre soube a resposta, não és bicho para domar nem humano para educar, não és pensamento para compreender nem razão para entender, és eu e eu tu quando perdido me acho.
Por isso quando me tocas, é a minha mão que ganha protagonismo, quando me beijas, são os meus lábios molhados que sinto neste eufemismo, perdido por um corpo que já me foi mais íntimo, quando me suspiravas ao ouvido, proclamavas carícias e delícias. No final, sem folgo debruçado lambias os danos colaterais de um organismo carente e cedente.
Patética esta existência de um vulto moribundo que vive escondido atrás da sua arma erguida, incapaz de agir e ter a sua própria investida, penoso como agarrado a ti está para escrever a própria sina.
Dos areais mudamos de cenário
Encontramo-nos como num industrializado retrato
Tela larga esboça pelas cores edifícios de um tanto extraordinário
No recinto envolvido dos tantos edifícios
Ela jaz somente, um corpo ao detalhado pormenor
Aguardava encharcada os frutos dos seus sacrifícios
Ela que quis, hesitou, e lutou em vão.
Caiu esmagada, de joelhos esfolados, o seu calor no frio do chão.
Quando ergueu as suas armas, excitada, ergueu a sua rebelião.
Numa envolvida tensão
Procurava por um pouco de atenção
Resfriar a tesão num poço de escuridão
Os pulmões preenchidos, os peitos investidos
Remetiam como miras singelas e descobertas, os seus adornos enfurecidos
Inocentes, queriam, puxar-te para dentro dos trapos desinibidos
A pensamentos forçados voluntários ausentaste-te
Há lua, de cabelos despenteados, olhos encharcados
O teu nome gritou, tu que não a violas-te como desejas-te.
Questões colocou, no momento em que fraquejou
Quando, por ti, acorrentada foi deixada:
“Porquê não me violou?”
Já derramado, o primeiro sangue outro hora
Conhecia a rotina o vicio, a colora
Com serenidade respondeu calado, "Não chegou a tua hora."
“Um dia, no manto da noite ou no leito do dia
Vou querer a estes vales voltar
Como um fervor desamparado
Sem demais em ti vou entrar
Nas paredes sucumbir o doce e o amargo
Como num misto de odores em que nos vamos banhar
Calada e imobilizada, aberta mas nenhum espaço jaz
Sequências de luxúrias sem espaço para o próprio ar
Vais recordar e as cores com que te pinto guardar
Que neste retrato predomina o amargo a dor e o pesar.”
Quando o toque se faz presente, uma luz indesejada me traz conformidade, não existe razão, o raciocínio não pacifica o coração, é quando na escuridão, que satisfaço a minha excitação. Quando contrariado, acorrentado, sou estropeado.
É quando abraço o indesejado, nesses momentos pouco achados, que me confronto com uma natureza que me faz explodir. Neste recinto frio fechado, sou explorado, acorrentado ao enferrujado num misto de sangue sou vendado. Ouço as palavras que me fazem morder um rugido abafado de trapos, com as minhas mãos te alcançar para te em mim sufocar, com estes dedos te tocar, sentir, torcer e espremer. Arrancar de ti as palavras de prazer, pelas minhas unhas nas tuas linhas, trajectos da história em que me fazes tremer, em que contrariado sou dominado, bem lá no fundo um achado, sofrer para viver, sofrer para aprender, sofrer para crescer.
Cair é fácil, quando todo o mundo chora torna-se fácil escorregar, quando todo o mundo questiona torna-se fácil sonhar, mas quando todo o mundo cai em quem nos podemos apoiar para nos levantar?
Foi no fosso que te conheci, foi no fosso que em ti me embebi e me entreguei, foi contigo que senti quando cai, hoje contam-se quedas atrás de quedas e ainda não te esqueci.
Pois na memória não me faltas, das vezes que me tomaste e usas-te, quando por palavras expressaste-te, quando ao anoitecer entras-te e no amanhecer abalas-te, lúcido e desperto com um escrito me deixas-te.
Sempre me perguntei, porque é que não ficas-te ao meu lado, aconchegados e entrelaçados como um. No entanto sempre soube a resposta, não és bicho para domar nem humano para educar, não és pensamento para compreender nem razão para entender, és eu e eu tu quando perdido me acho.
Por isso quando me tocas, é a minha mão que ganha protagonismo, quando me beijas, são os meus lábios molhados que sinto neste eufemismo, perdido por um corpo que já me foi mais íntimo, quando me suspiravas ao ouvido, proclamavas carícias e delícias. No final, sem folgo debruçado lambias os danos colaterais de um organismo carente e cedente.
Patética esta existência de um vulto moribundo que vive escondido atrás da sua arma erguida, incapaz de agir e ter a sua própria investida, penoso como agarrado a ti está para escrever a própria sina.
Dos areais mudamos de cenário
Encontramo-nos como num industrializado retrato
Tela larga esboça pelas cores edifícios de um tanto extraordinário
No recinto envolvido dos tantos edifícios
Ela jaz somente, um corpo ao detalhado pormenor
Aguardava encharcada os frutos dos seus sacrifícios
Ela que quis, hesitou, e lutou em vão.
Caiu esmagada, de joelhos esfolados, o seu calor no frio do chão.
Quando ergueu as suas armas, excitada, ergueu a sua rebelião.
Numa envolvida tensão
Procurava por um pouco de atenção
Resfriar a tesão num poço de escuridão
Os pulmões preenchidos, os peitos investidos
Remetiam como miras singelas e descobertas, os seus adornos enfurecidos
Inocentes, queriam, puxar-te para dentro dos trapos desinibidos
A pensamentos forçados voluntários ausentaste-te
Há lua, de cabelos despenteados, olhos encharcados
O teu nome gritou, tu que não a violas-te como desejas-te.
Questões colocou, no momento em que fraquejou
Quando, por ti, acorrentada foi deixada:
“Porquê não me violou?”
Já derramado, o primeiro sangue outro hora
Conhecia a rotina o vicio, a colora
Com serenidade respondeu calado, "Não chegou a tua hora."
“Um dia, no manto da noite ou no leito do dia
Vou querer a estes vales voltar
Como um fervor desamparado
Sem demais em ti vou entrar
Nas paredes sucumbir o doce e o amargo
Como num misto de odores em que nos vamos banhar
Calada e imobilizada, aberta mas nenhum espaço jaz
Sequências de luxúrias sem espaço para o próprio ar
Vais recordar e as cores com que te pinto guardar
Que neste retrato predomina o amargo a dor e o pesar.”
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
Mr. Sunshine commits suicide by Scentless
Strange times in a stranger room,
It’s like you’re not even there,
Relapse into the angel’s arms,
Then evaporate into the air,
It’s like we may never sleep again,
For someone as orphan as us
Even the brightest of light has been
Too dark for me to dive in first!
Kiss the hand that fed you first,
Apologies expressed in style,
A friendly face among the dust
But Mr. Sunshine no longer wears a smile!
Further resistance is futile,
The evidence is bulletproof,
So now just take me to your leader,
I miss your gentle self-abuse,
We’re made of stone in a prison cell!
Distance’s a halo keeping us apart!
And someday we’ll even start to melt
Until we spit up our empty hearts!
These miles are all just an illusion
That’s hanging over our head,
But it turns to rope and it bruises,
CHOKE! Mr. Sunshine is dead…
I’ll miss the tears that survived,
Like rain that hangs in a chain,
I’ll neuter every man alive
To cut your eyes once again,
And the grave’s unmarked as mine,
So chaotic it seems to be,
Dying to steal you one last smile,
Mr. Sunshine is me…
It’s like you’re not even there,
Relapse into the angel’s arms,
Then evaporate into the air,
It’s like we may never sleep again,
For someone as orphan as us
Even the brightest of light has been
Too dark for me to dive in first!
Kiss the hand that fed you first,
Apologies expressed in style,
A friendly face among the dust
But Mr. Sunshine no longer wears a smile!
Further resistance is futile,
The evidence is bulletproof,
So now just take me to your leader,
I miss your gentle self-abuse,
We’re made of stone in a prison cell!
Distance’s a halo keeping us apart!
And someday we’ll even start to melt
Until we spit up our empty hearts!
These miles are all just an illusion
That’s hanging over our head,
But it turns to rope and it bruises,
CHOKE! Mr. Sunshine is dead…
I’ll miss the tears that survived,
Like rain that hangs in a chain,
I’ll neuter every man alive
To cut your eyes once again,
And the grave’s unmarked as mine,
So chaotic it seems to be,
Dying to steal you one last smile,
Mr. Sunshine is me…
quarta-feira, 15 de junho de 2011
Flor de papel by Scentless
Fruto de uma existência impedida
Por cortinas de fumo que se erguem de pé,
Enrolam em si esperanças sentidas
E expressam o desalento que já não o é.
Numa dor carregada de pétalas dormentes
E explosivas numa cor alegre e sem fim,
Qualquer que fosse o dia da minha morte,
Colheria uma rosa de vontade do fim,
Como uma gota de nada numa chuva agressiva,
Em raiva moldada a partir de um só sentido,
Ardem-me os olhos de fixar a alma nociva
Que se esconde no coração das gotas de vidro,
Destroem-me as forças, mas algo alimentam,
Dobrada pela mão de um arquitecto qualquer,
Brilham em papel forjado, pétalas que mal se aguentam
Desta violeta-rosa-tulipa-malmequer,
Que da indecisão nasceu, malfeita,
A braços com uma missão envenenada,
A de equiparar-se a uma beleza perfeita,
Se não me roubar os olhos, está condenada…
Agitando-se ao vento como se fora real,
Colhida no teste que marca a certeza,
Substitui a palavra que nunca soa igual
E transmite o pesado sentimento de leveza…
Da incoerência regular passou o sentido,
Do nada que se faz, seja o que for,
Beijando o vento que se faz de perdido
Numa promessa que é medo, num toque de uma flor…
Por cortinas de fumo que se erguem de pé,
Enrolam em si esperanças sentidas
E expressam o desalento que já não o é.
Numa dor carregada de pétalas dormentes
E explosivas numa cor alegre e sem fim,
Qualquer que fosse o dia da minha morte,
Colheria uma rosa de vontade do fim,
Como uma gota de nada numa chuva agressiva,
Em raiva moldada a partir de um só sentido,
Ardem-me os olhos de fixar a alma nociva
Que se esconde no coração das gotas de vidro,
Destroem-me as forças, mas algo alimentam,
Dobrada pela mão de um arquitecto qualquer,
Brilham em papel forjado, pétalas que mal se aguentam
Desta violeta-rosa-tulipa-malmequer,
Que da indecisão nasceu, malfeita,
A braços com uma missão envenenada,
A de equiparar-se a uma beleza perfeita,
Se não me roubar os olhos, está condenada…
Agitando-se ao vento como se fora real,
Colhida no teste que marca a certeza,
Substitui a palavra que nunca soa igual
E transmite o pesado sentimento de leveza…
Da incoerência regular passou o sentido,
Do nada que se faz, seja o que for,
Beijando o vento que se faz de perdido
Numa promessa que é medo, num toque de uma flor…
quinta-feira, 9 de junho de 2011
A despedida by Scentless
A parte mais difícil em dizer olá é dizer adeus,
Passando por uma vida na tentativa de evitar a tristeza,
De perecer no sono de forma a não sentir qualquer dor,
Acabamos por nos tornar vítimas infames do nosso próprio medo do sofrimento!
Porque medo da dor é não viver,
É ser indefeso e proteger-se a si mesmo,
Solidão não combina com segurança
Não ter medo não é morrer,
É não ter medo de o fazer!
Preenchidas as vidas em redor de uma só página,
Fecha-se um ciclo para sempre guardado,
De cores diferentes escapam as tintas dos finais
Que se definiram e escreveram pela mão do Poeta
Que juntou tantas formigas e as fez amarem-se,
Odiarem-se, sorrirem, chorarem,
Em suma, viverem uma vida curta, mas longa demais,
Em que o momento que mais pesa é o que sabemos que chega,
O que por vezes mais desejamos,
Aquele que nunca recordamos, mas que por força nunca esquecemos,
A despedida…
O último toque de pele contra pele,
As palavras dirigidas em secretismo perante
Uma audiência que as bebe e as devora,
Como se de últimas se tratassem, pois são na verdade as últimas…
Após a recordação magoada
Das escolhas que ditaram caminhos fendidos,
Seguindo o desespero do inevitável fim,
Podemos olhar em redor e sorrir,
Está tudo chorado, nada ficará esquecido,
Amámos quem amamos, sobrevivemos ao tempo,
Sorrimos, porque no meio da tristeza
Existirá sempre luz, existirá sempre toque,
As cortinas não se fecham a menos que nós ditemos o seu fim,
E agora, finalmente, acompanhado por um último suspiro,
Digo, regalado, que vivi uma boa vida, virando a página
A cor ainda é branca, mas marcada por linhas que nunca desaparecerão,
Entrámos nesta história indefesos,
Saímos dela Homens…
Passando por uma vida na tentativa de evitar a tristeza,
De perecer no sono de forma a não sentir qualquer dor,
Acabamos por nos tornar vítimas infames do nosso próprio medo do sofrimento!
Porque medo da dor é não viver,
É ser indefeso e proteger-se a si mesmo,
Solidão não combina com segurança
Não ter medo não é morrer,
É não ter medo de o fazer!
Preenchidas as vidas em redor de uma só página,
Fecha-se um ciclo para sempre guardado,
De cores diferentes escapam as tintas dos finais
Que se definiram e escreveram pela mão do Poeta
Que juntou tantas formigas e as fez amarem-se,
Odiarem-se, sorrirem, chorarem,
Em suma, viverem uma vida curta, mas longa demais,
Em que o momento que mais pesa é o que sabemos que chega,
O que por vezes mais desejamos,
Aquele que nunca recordamos, mas que por força nunca esquecemos,
A despedida…
O último toque de pele contra pele,
As palavras dirigidas em secretismo perante
Uma audiência que as bebe e as devora,
Como se de últimas se tratassem, pois são na verdade as últimas…
Após a recordação magoada
Das escolhas que ditaram caminhos fendidos,
Seguindo o desespero do inevitável fim,
Podemos olhar em redor e sorrir,
Está tudo chorado, nada ficará esquecido,
Amámos quem amamos, sobrevivemos ao tempo,
Sorrimos, porque no meio da tristeza
Existirá sempre luz, existirá sempre toque,
As cortinas não se fecham a menos que nós ditemos o seu fim,
E agora, finalmente, acompanhado por um último suspiro,
Digo, regalado, que vivi uma boa vida, virando a página
A cor ainda é branca, mas marcada por linhas que nunca desaparecerão,
Entrámos nesta história indefesos,
Saímos dela Homens…
sábado, 21 de maio de 2011
Navegando no tempo by Scentless
Relógio parado marca o tempo que não passou,
Em qualquer ocasião de minha mente refém,
Imaginando o real que por fé não se mostrou
E decidiu dar tempo a quem já o tem,
Repetitivo movimento aberto e circular,
Ampulheta de sonhos que sem força aparece,
Noto o disfarce que opta por se mostrar
Num espelho de um lado que em mim transparece.
Dar uma oportunidade à mudança que vem
Parece um crime transcrito com sangue na parede,
Envenena-me o copo que bebo com desdém,
Que escolha tenho, senão morrer de sede?
Mas a aparência iludida é um sopro que passa,
O tempo desvenda os segredos em frente,
Gritando um nome em uníssona farsa,
De nada serve o corpo se fraca é a mente…
Verei algum dia a luz neste corpo morto?
Ciclos que se fazem na sombra eternamente,
Sorrisos tão esguios quanto um barco no porto
Desviando-se das ondas e seguindo em frente!
Ninguém há-de engolir a sadia caravela,
Que a casa tem montada no bravo mar,
Esquecendo as ondas, montando a tela,
Fazendo o futuro feito a navegar…
Ecos de razões para não perder a razão
Em passar os minutos no gélido ambiente,
Abraçando o calor da palma da tua mão,
Pensar o futuro é viver o presente!
Em qualquer ocasião de minha mente refém,
Imaginando o real que por fé não se mostrou
E decidiu dar tempo a quem já o tem,
Repetitivo movimento aberto e circular,
Ampulheta de sonhos que sem força aparece,
Noto o disfarce que opta por se mostrar
Num espelho de um lado que em mim transparece.
Dar uma oportunidade à mudança que vem
Parece um crime transcrito com sangue na parede,
Envenena-me o copo que bebo com desdém,
Que escolha tenho, senão morrer de sede?
Mas a aparência iludida é um sopro que passa,
O tempo desvenda os segredos em frente,
Gritando um nome em uníssona farsa,
De nada serve o corpo se fraca é a mente…
Verei algum dia a luz neste corpo morto?
Ciclos que se fazem na sombra eternamente,
Sorrisos tão esguios quanto um barco no porto
Desviando-se das ondas e seguindo em frente!
Ninguém há-de engolir a sadia caravela,
Que a casa tem montada no bravo mar,
Esquecendo as ondas, montando a tela,
Fazendo o futuro feito a navegar…
Ecos de razões para não perder a razão
Em passar os minutos no gélido ambiente,
Abraçando o calor da palma da tua mão,
Pensar o futuro é viver o presente!
quarta-feira, 27 de abril de 2011
Missing skin by Scentless
Blinded by intuition,
Searching for a key to fit,
This is not a compromise if either of us talks…
A bond to share,
So vulgar, yet so touching,
A bit too fragile but still a long way from gone,
Numbing, all the reasons,
Grab this knife to bend the blade,
Die for me, reborn into a golden flame.
This isn’t like the way it was before,
We may actually be together this time,
Crystal aims to keep us in parallel sights,
But in the end we’ll be able to prove them wrong…
Constant changes
Fill an aura we all can see,
A silent speaker,
But you would not want me any other way,
Travelling through sound,
Times still passes, there’s no distance,
I’m still bored
By making enough circular waves…
See the light, cleansing demons,
Raped before and tormented,
You’re still smiling
And I wouldn’t want you any other way,
Cross your arms above the borderline,
Ask me if I’m sure that this is meant to be,
Drink the water I couldn’t leave behind,
And speak one last time while you’re still free…
Is it enough? So controversial,
Penetrating, so persistent,
I actually missed you and I promise
I won’t swallow you again…
Dreamt of blood and feathers,
Insurance of what we could still see,
Free your mind, endure the surface,
See a weapon where there’s a wing,
Paint me silver,
Burn me, watch me lose my skin,
One last time, let’s sing together,
Come too slow, it’s killing me,
Disconnect the nerves assembling the system,
Find your way through what seems to be…
A desert deep inside the castle yards,
The wind may still be blowing, fierce,
Ask me if I still think we’re made to be,
By streght, break down our castle of cards…
Searching for a key to fit,
This is not a compromise if either of us talks…
A bond to share,
So vulgar, yet so touching,
A bit too fragile but still a long way from gone,
Numbing, all the reasons,
Grab this knife to bend the blade,
Die for me, reborn into a golden flame.
This isn’t like the way it was before,
We may actually be together this time,
Crystal aims to keep us in parallel sights,
But in the end we’ll be able to prove them wrong…
Constant changes
Fill an aura we all can see,
A silent speaker,
But you would not want me any other way,
Travelling through sound,
Times still passes, there’s no distance,
I’m still bored
By making enough circular waves…
See the light, cleansing demons,
Raped before and tormented,
You’re still smiling
And I wouldn’t want you any other way,
Cross your arms above the borderline,
Ask me if I’m sure that this is meant to be,
Drink the water I couldn’t leave behind,
And speak one last time while you’re still free…
Is it enough? So controversial,
Penetrating, so persistent,
I actually missed you and I promise
I won’t swallow you again…
Dreamt of blood and feathers,
Insurance of what we could still see,
Free your mind, endure the surface,
See a weapon where there’s a wing,
Paint me silver,
Burn me, watch me lose my skin,
One last time, let’s sing together,
Come too slow, it’s killing me,
Disconnect the nerves assembling the system,
Find your way through what seems to be…
A desert deep inside the castle yards,
The wind may still be blowing, fierce,
Ask me if I still think we’re made to be,
By streght, break down our castle of cards…
quinta-feira, 7 de abril de 2011
Escada para o céu by Scentless
Sempre que vejo luzes em mim,
Lembro-me de quão longe o céu está,
Ofusca-me o brilho das sombras terrenas
Enquanto espero a escada que sobe até lá,
Peço perdão a quem desiludo,
Mas tornou-se um fardo ser pioneiro,
Por vontade própria desisto
De ser das minhas vontades prisioneiro!
(Abro a cortina ao próximo a ser o primeiro,
Coitado, apenas nas palavras inteiro…)
Torno a voltar-me para gritar acima
Ao Inferno que me gira e torna preciso,
Toco com as lágrimas na face de Deus
Para que deixe para sempre de ser indeciso!
Abre-me a pele e debruça-te!
Descobre-me o peito e o que ele encobre!
Rouba-me o coração fragmentado
E deseja-me o sono e quietude por sorte!
Deitado na nuvem de lã e afecto
Subo as escadas em febril desejo
De encontrar o paraíso de um homem só,
Perdendo o contacto ao Inferno que vejo,
Tanto o mal que este mundo nos fez,
Qual a imensidão de caras distorcidas,
Recordações esquecidas e escapadas por pouco,
Com as mãos enlaçadas e as almas mordidas,
Rebato o pensamento do fim que chegou,
Certo do incerto que é ser mortal,
Penso no sonho que te trouxe a mim
E penso na tua morte, mas não por mal!
(Para acabarmos em pó num abraço sem fim…)
Chegado ao topo, já nem vejo o chão,
Um sorriso na cara e um arrepio de frio,
Sem medo da morte, dou um passo em frente
E em vez do paraíso, caio no vazio…
Lembro-me de quão longe o céu está,
Ofusca-me o brilho das sombras terrenas
Enquanto espero a escada que sobe até lá,
Peço perdão a quem desiludo,
Mas tornou-se um fardo ser pioneiro,
Por vontade própria desisto
De ser das minhas vontades prisioneiro!
(Abro a cortina ao próximo a ser o primeiro,
Coitado, apenas nas palavras inteiro…)
Torno a voltar-me para gritar acima
Ao Inferno que me gira e torna preciso,
Toco com as lágrimas na face de Deus
Para que deixe para sempre de ser indeciso!
Abre-me a pele e debruça-te!
Descobre-me o peito e o que ele encobre!
Rouba-me o coração fragmentado
E deseja-me o sono e quietude por sorte!
Deitado na nuvem de lã e afecto
Subo as escadas em febril desejo
De encontrar o paraíso de um homem só,
Perdendo o contacto ao Inferno que vejo,
Tanto o mal que este mundo nos fez,
Qual a imensidão de caras distorcidas,
Recordações esquecidas e escapadas por pouco,
Com as mãos enlaçadas e as almas mordidas,
Rebato o pensamento do fim que chegou,
Certo do incerto que é ser mortal,
Penso no sonho que te trouxe a mim
E penso na tua morte, mas não por mal!
(Para acabarmos em pó num abraço sem fim…)
Chegado ao topo, já nem vejo o chão,
Um sorriso na cara e um arrepio de frio,
Sem medo da morte, dou um passo em frente
E em vez do paraíso, caio no vazio…
sábado, 26 de março de 2011
Teatro by Scentless
Palco vazio, de faces opostas,
Treinado para ser o que não mais se é,
Madeira que guarda recordações vazias,
Cortinas que roçam num triste sussuro,
Fantasma aparece e aguarda de pé.
Numa nébula de fumo brilhante,
Guardando os segredos para depois,
Treinam-se os olhos, emprestam-se caras,
Fazem-se cores, esquece-se o céu,
Beijam-se lábios em conjuntos de dois,
Num toque frio e impessoal,
Passa-se a esperança e o calor,
Num mundo morto, nada é real,
Tudo é mecanizado e torto,
Mas isto é verdadeiro, isso é amor…
Faça-se luz sobre as nossas cabeças!
Sussurros de espanto e baixa-se o muro,
Cessa o murmúrio, entra a ausência
E contrói-se um império de tudo!
(Guardem a luz, acaba sempre escuro…)
Num treino ardente e sóbrio
De auras redondas e artificiais,
Matamo-nos todos e vimos das cinzas,
Amamos o que seria evidente e irreal
Numa vida cheia e perfeita demais,
Pintam-se cores nas íris de alguém,
À medida que as mãos se tornam famintas,
Nunca o falso soube tão autêntico!
O êxtase entra numa explosão de cor,
Vem-me a alegria, bebem-se as tintas!
Passa o som e volta o sussurro,
Fabrica-se o corpo de volta, sedento,
Voltou o escuro (previsto e esperado),
Alguém morreu para ficar desse lado?
O resto segue e torna-se cinzento…
Mas calem-se!
Vai começar outra vez!
Ouve-se a música que soa repetida,
Ensaia-se o beijo na prevista entrada,
Silêncio no negro, comido de vida,
Abrem-se as cortinas vermelhas de cetim…
E revela-se o palco, cheio de nada!
Treinado para ser o que não mais se é,
Madeira que guarda recordações vazias,
Cortinas que roçam num triste sussuro,
Fantasma aparece e aguarda de pé.
Numa nébula de fumo brilhante,
Guardando os segredos para depois,
Treinam-se os olhos, emprestam-se caras,
Fazem-se cores, esquece-se o céu,
Beijam-se lábios em conjuntos de dois,
Num toque frio e impessoal,
Passa-se a esperança e o calor,
Num mundo morto, nada é real,
Tudo é mecanizado e torto,
Mas isto é verdadeiro, isso é amor…
Faça-se luz sobre as nossas cabeças!
Sussurros de espanto e baixa-se o muro,
Cessa o murmúrio, entra a ausência
E contrói-se um império de tudo!
(Guardem a luz, acaba sempre escuro…)
Num treino ardente e sóbrio
De auras redondas e artificiais,
Matamo-nos todos e vimos das cinzas,
Amamos o que seria evidente e irreal
Numa vida cheia e perfeita demais,
Pintam-se cores nas íris de alguém,
À medida que as mãos se tornam famintas,
Nunca o falso soube tão autêntico!
O êxtase entra numa explosão de cor,
Vem-me a alegria, bebem-se as tintas!
Passa o som e volta o sussurro,
Fabrica-se o corpo de volta, sedento,
Voltou o escuro (previsto e esperado),
Alguém morreu para ficar desse lado?
O resto segue e torna-se cinzento…
Mas calem-se!
Vai começar outra vez!
Ouve-se a música que soa repetida,
Ensaia-se o beijo na prevista entrada,
Silêncio no negro, comido de vida,
Abrem-se as cortinas vermelhas de cetim…
E revela-se o palco, cheio de nada!
quarta-feira, 23 de março de 2011
Reflexão do Ser: O Porquê da Simples Palavra Esquecer by The Un{told}
Palavras não tiram este gosto que tenho hoje.
Ao acordar olhei de relance para onde te encontravas em vidro emoldurada, hoje pó, no passado o retrato de duas almas magoadas, tingidas e unidas por uma palavra, a mais vasta e que sai mais cara, a que saiu e caio num emaranhado lato.
As palavras fizeram uma casa, uma família um futuro uma vida, sem comprovativo de venda mudei-me para lá, onde vivi e cresci.
Na varanda sobre o mar nos enleamos tapados e cerrados de um vento hostil, e ferrados lábios tapados quando não ocupados sussurravam palavras e palavras, de ternura conhecíamos as aventuras de cada um enquanto nos conhecíamos, nos criávamos, nos explorávamos. Depois de uma refeição imprevista surgiam dúvidas mistas, arejar ajudou enquanto nos deslocávamos a um parque junto de nossa casa, aí repousamos e pensamos, eu pelo menos pensei, pensei e pensei e a ela me entreguei por palavras que proferir durante muito tempo não me cansei. De palavras só podem surgir promessas, e de promessas, surgem, neste texto, desavenças.
Eram as palavras que durante a noite me sucumbiam da cama, e me faziam deambular pela noite em que os espelhos me sorriam sem preocupação, um sorriso simples, ingénuo e amplo não me deixavam descansado, mas diziam-me para me deitar e não ligar, que o que tinha era sono e aguardava o despertar. E assim o fiz, enrolado no lençol a olhar para ti, o maior de todos os sorrisos, aguardava a chegada do sol, onde só me esperavam mais compromissos.
Ao acordar beijava um dos teus quatro cantos, e pensava no bom dia e no pequeno-almoço que te iria preparar, se ao menos a distancia não nos tivesse a separar, seria assim que seria o meu despertar, em vez disso busco pelo telemóvel e não te podendo ligar uma mensagem teria de dar.
Uma mensagem vinha de passagem, um entender trás com um propósito, mais palavras, uma finalidade, uma espera de uma resposta por consequência, eu respondo, com mais palavras, um fim de uma espera e o começo de outra, um ciclo de feras sem pontas soltas...
Mas para um ciclo, um círculo onde uma palavra teria um único entender uma única volta a dar, havia muitas pontas onde encalhar, sem apoio teria sido fácil escorregar.
De tantas pontas onde encalhar e após tantas contornar seria previsível que por uma delas iria ficar, naquela sim iria encalhar e nela escorregar, de porcelana com o ressalto ver estilhaçar diante dos meus olhos o peito que enchia da palavra “amar”.
Isto tudo para querer chegar, ao sentido do peso que é o de uma “palavra” citar, e o porque da simples “palavra” amaldiçoar. Saudável não é o quanto conforto procuramos nas palavras, saudável não é o pouco esforço que requer uma palavra e o seu fácil resultado, saudável é fazer justiça as acções prometidas, saudável é sem justificações simplesmente agir, e no final poder sorrir, sei que este esteja a mentir. A preguiça forçou a palavra a sair, e a preguiça fez a palavra cair, cair ao ponto de esta hoje não ser mais que mais um conto, uma fantasia em linhas lisas, de um tanto turvo a tinta e o conteúdo este ainda mais confuso.
Ao acordar olhei de relance para onde te encontravas em vidro emoldurada, hoje pó, no passado o retrato de duas almas magoadas, tingidas e unidas por uma palavra, a mais vasta e que sai mais cara, a que saiu e caio num emaranhado lato.
As palavras fizeram uma casa, uma família um futuro uma vida, sem comprovativo de venda mudei-me para lá, onde vivi e cresci.
Na varanda sobre o mar nos enleamos tapados e cerrados de um vento hostil, e ferrados lábios tapados quando não ocupados sussurravam palavras e palavras, de ternura conhecíamos as aventuras de cada um enquanto nos conhecíamos, nos criávamos, nos explorávamos. Depois de uma refeição imprevista surgiam dúvidas mistas, arejar ajudou enquanto nos deslocávamos a um parque junto de nossa casa, aí repousamos e pensamos, eu pelo menos pensei, pensei e pensei e a ela me entreguei por palavras que proferir durante muito tempo não me cansei. De palavras só podem surgir promessas, e de promessas, surgem, neste texto, desavenças.
Eram as palavras que durante a noite me sucumbiam da cama, e me faziam deambular pela noite em que os espelhos me sorriam sem preocupação, um sorriso simples, ingénuo e amplo não me deixavam descansado, mas diziam-me para me deitar e não ligar, que o que tinha era sono e aguardava o despertar. E assim o fiz, enrolado no lençol a olhar para ti, o maior de todos os sorrisos, aguardava a chegada do sol, onde só me esperavam mais compromissos.
Ao acordar beijava um dos teus quatro cantos, e pensava no bom dia e no pequeno-almoço que te iria preparar, se ao menos a distancia não nos tivesse a separar, seria assim que seria o meu despertar, em vez disso busco pelo telemóvel e não te podendo ligar uma mensagem teria de dar.
Uma mensagem vinha de passagem, um entender trás com um propósito, mais palavras, uma finalidade, uma espera de uma resposta por consequência, eu respondo, com mais palavras, um fim de uma espera e o começo de outra, um ciclo de feras sem pontas soltas...
Mas para um ciclo, um círculo onde uma palavra teria um único entender uma única volta a dar, havia muitas pontas onde encalhar, sem apoio teria sido fácil escorregar.
De tantas pontas onde encalhar e após tantas contornar seria previsível que por uma delas iria ficar, naquela sim iria encalhar e nela escorregar, de porcelana com o ressalto ver estilhaçar diante dos meus olhos o peito que enchia da palavra “amar”.
Isto tudo para querer chegar, ao sentido do peso que é o de uma “palavra” citar, e o porque da simples “palavra” amaldiçoar. Saudável não é o quanto conforto procuramos nas palavras, saudável não é o pouco esforço que requer uma palavra e o seu fácil resultado, saudável é fazer justiça as acções prometidas, saudável é sem justificações simplesmente agir, e no final poder sorrir, sei que este esteja a mentir. A preguiça forçou a palavra a sair, e a preguiça fez a palavra cair, cair ao ponto de esta hoje não ser mais que mais um conto, uma fantasia em linhas lisas, de um tanto turvo a tinta e o conteúdo este ainda mais confuso.
Rosto by Scentless
O meu rosto são páginas invisíveis
Que de queimadas se fazem esquecidas.
As linhas, vincadas a cinzas,
Marcam um império de estradas perdidas.
Afogado em areia imóvel
Está um reflexo breve que desvaneceu
Por si, em memórias atmosféricas
Do reflexo que sou eu,
Vejo-me de uma janela infinita
Sem piedade, decorando a repetir
Os sinais de uma vida passada
Sem viver, mas a existir.
Se um dia o mar me levar,
Corpo infectado de degradação,
Ver-me-ei do alto atingido
Em esferas perpétuas de re-encarnação,
Pois todos os dias foram
Vidas desperdiçadas, a tentar ser mais!
Num canto da chuva escorrem
Os minutos cuspidos por serem iguais.
Nunca houve um raio de sol
Que fizesse mudar valer a pena,
E quando o havia, esperançoso
Não tardava a enganar a alma, pequena,
E desaparecia para sempre, orgulhoso
De me fazer gastar os olhos em choro,
Todos os dias acabava a minha vida,
Dormia, e todos os dias começava de novo…
Agora, como sempre, morto
Por olhar para o passado, pensando demais
Num desfile de máscaras erradas,
Julgado pelo rosto, mas pela sombra mais!
Que de queimadas se fazem esquecidas.
As linhas, vincadas a cinzas,
Marcam um império de estradas perdidas.
Afogado em areia imóvel
Está um reflexo breve que desvaneceu
Por si, em memórias atmosféricas
Do reflexo que sou eu,
Vejo-me de uma janela infinita
Sem piedade, decorando a repetir
Os sinais de uma vida passada
Sem viver, mas a existir.
Se um dia o mar me levar,
Corpo infectado de degradação,
Ver-me-ei do alto atingido
Em esferas perpétuas de re-encarnação,
Pois todos os dias foram
Vidas desperdiçadas, a tentar ser mais!
Num canto da chuva escorrem
Os minutos cuspidos por serem iguais.
Nunca houve um raio de sol
Que fizesse mudar valer a pena,
E quando o havia, esperançoso
Não tardava a enganar a alma, pequena,
E desaparecia para sempre, orgulhoso
De me fazer gastar os olhos em choro,
Todos os dias acabava a minha vida,
Dormia, e todos os dias começava de novo…
Agora, como sempre, morto
Por olhar para o passado, pensando demais
Num desfile de máscaras erradas,
Julgado pelo rosto, mas pela sombra mais!
terça-feira, 15 de março de 2011
Tela de pintor by Scentless and The Un{told}
Polaridades dividem realidades, cada um se sujeita se entrega e se manifesta consoante as suas verdades, são decisões passadas e experiencias intemporais que nos definem, que nos preenchem e dividem.
Nascemos nus de julgamentos e rótulos, uma página em branco por explorar. No inicio não existem medos, não existem meios, só os seios que conhecemos e o olhar que tememos. A Inocência, nosso tumulo, nosso escudo proveniente de uma ignorância abismal, que vivemos num mundo colorido e bonito, sem tumultos ou mal.
Mas o tempo joga a sua cartada e abre uma entrada, uma fenda inevitável e nem sempre fiável, às interpretações pessoais, as visões do que observamos e conhecemos em contraste com o que queremos e aprendemos. Rapidamente sonhamos em voz alta e damos com a asa em alta, por algo que acreditamos e não descansamos. Por algo que nos está marcado bem fundo, uma ferida que nunca cicatrizou quando o escudo se estilhaçou e a alma em queda livre, sangrou e o seu soalho manchou.
“Tudo muda, desde o tempo em que, ignorante voluntário,
Em tudo e todos se vê bem, nunca o contrário,
Numa nuvem de vozes sem corpo nem sentido,
Deixam um rasto de melodia em que vimos ruído,
Fica a saudade de sentir o mundo mais pequeno,
De ouvir palavras em palavras, sem saborear o veneno”
De saudade ele enche o peito, ao recordar aquilo que era, outrora inocente e inexperiente sem um futuro em mente, agora confronta no espelho demente, uma fera cedente.
“Entretanto, sem ninguém se aperceber,
Todos fecharam os olhos, para nos deixar crescer,
E aí vieram as sombras,
As paisagens fechadas, negras e redondas,
O pincel que agora nos foge do alcance,
Num mar de agulhas, cortantes se tiverem chance,
Avançando em rumo incerto, de espada na mão,
Sem saber o que esperar, neste mundo aberto
Em falso, onde cada passo é em vão…”
“E é então que surgem as interpretações
Às cegas
Obtemos 1 de 2 colorações
Às cegas
Mancham as nossas convicções
Quando impõem regras
E pintam as nossas telas
De bem e mal
Nos forjam em igual”
De certo que nascemos no seio de igualdade, num berço de luz banhado em perfeição ouve se o bater de um novo coração, e de seguida, a voz em choque ao estranho, uma nova criação em tons agudos e em gritos, uma canção.
“Vimos de um só centro de luz
Pensando no nada de igual maneira,
Esculpimos as farsas em que nos tornamos
Ao forjarmos os berços em ferro ou madeira,
Pelas nossas próprias mãos nos tornamos nós,
Os trabalhos arrastados que se tornam demais,
Traçamos as linhas nas mãos e no rosto
E fazemo-nos nós, porque não há mãos iguais”
Mas esta canção é só o que partilhamos em igualdade, quando uma vez lutamos em direcção à respiração, a luta por uma vida de paixão, ou por uma maldição …
Numa canção na qual simplesmente conhecemos a introdução ofuscam os olhos e viram as costas ao refrão, passam para os últimos segundos onde cospem uma avaliação e ou passamos ou chumbamos.
Quando ignoram as nossas razões e motivações, os testemunhos que simplesmente se ouvem em murmúrios ficam reservados ao tempo, este que nos acompanhou, ensinou e mostrou, uma vida como não outra. No bem e no mal jogamos, com o branco e o preto iludimos, delineamos com o pincel as cores com que nos pintam, com que nos criticam e castigam.
Aplicam o seu julgamento, baseado em defeitos e tormentos, não olham duas vezes, a sua pena não se vai contar em meses nem em anos, contar para quê, não são eles que sofrem os danos.
“ Batem com o martelo
Num movimento ignorante e singelo
Quando os quantos olhos me comem
É para sua segurança enquanto dormem
Não entendem não percebem
Que o que se estende perante eles
Não é o que mais temem
Mas a quem mais devem
Pois por às suas vidas mostrar
Com uma acção tudo mudar
Que aquilo em que acreditamos é aquilo porque devemos lutar”
“De início no mundo havia cinzento e mais nada,
Tudo era sem graça, monótono, igual,
Para mim, na ignorância devorava o nevoeiro
E agora tenho saudades desse universo banal…
Por rotina e hábito, tardio e demente,
Aprendi a pintar-me de branco, qual vivo algodão,
Reflector da luz, calor absorvente
Que tudo ganha e nada dá, na imperfeita perfeição.
(Pois agora sinto frio, sentado no chão
Duro, com medo, dizem que tenho um negro coração!)
À medida que mais luz ia engolindo,
Cada vez mais branco me tornava,
(Se o raio de sol demais brilhava
A sombra ainda se aumentava…)”
Uma vida ordeira com os seus assuntos sempre na algibeira, coordena os traços com que se enche de branco num mundo com laços dementes, não se reconhece, não se preenche com este mundo que o abrigou e amamentou, de morais e estruturas fixas vê-as a fracassar para mais tarde desabar. Pela calada observa aqueles que se regem como por uma balada…
sempre na mesma rota mesma linha apesar de sem falhas ser torta.
“Iluminado em excesso pelos raios de sol,
Sinto-me enjoado e dói-me a cabeça,
Quando vou à janela sinto indiferença
Perante a inspiração que entra e me deixa só,
Vejo uma praça, uma serra de betão,
Um mar de tijolo, uma montanha de asfalto,
Grandiosidade urbana medida em palmos
Que se encontram no excesso, permitido assalto.
Nela desfilam vultos, de sombras crescentes,
Não distingo rostos, são só formigas errantes,
Dirigem-se bem mandados, no sentido ascendente
Escolhas passadas tornaram-nos ignorantes,
Ao passar, abstraídos vão
Que nem notam a presença mansa
De algo belo aprisionado no ardente chão,
Um inocente e jovem rosa branca…
Encaminham-se raivosos para o seu local,
Nunca olhando para a inocente flor,
Uma questão de momentos até
Que se torne minha a sua dor,
Esmagados, partilhamos a mesma cor…”
Ao observar não se consegue abster e deita cá para fora a sua certeza, o que não consegue conter, que algo com que se identifica tem de proteger quando ameaçado, como um legado uma companhia para curar a sua melancolia num mundo de uma estúpida fantasia.
E sem meios termos se rege, num acto de coragem e determinação, faz de uma arma seu pincel para colorir o mundo em que acredita, assim como uma vez forçado em preto branco ser.
“Sem pensar, assomo à cabeceira,
Agarro noutro pincel, aponto-o à multidão,
Não há sombra se a acção é certeira,
E disparo, vezes sem conta, pinto de vermelho o chão,
Intacta mantém-se a nobre flor
E eu descubro uma nova cor…
(Mestres de nós mesmos, vendo com olhos diferentes
O mesmo caminho, agora apagado, outrora presente,
Vítimas infundadas de um julgamento errado,
Quando olhamos para trás e em nós nos vemos culpados,
Pedindo um novo começo, fim destinado a desaparecer,
Suicidamo-nos de propósito para voltar a nascer.
Enfim…)
Encarcerado por fazer o bem,
Salvei o espírito, matei o mal,
Mantive a sombra nunca descoberta
Presa na mente, sem um local,
Mas na mesma sou culpado?
Não consigo perceber, e tento,
Que regras absurdas contra nada,
Que saudades do cinzento…”
Indignado e revoltado encontra-se com muitos meses e anos para deixar passar e contar mas nunca amaldiçoar as acções por que se deixou levar, mas sim aqueles que pelo que é certo não o deixarem lutar.
Assim, seguindo o seu branco deu contraste no preto uma nova cor, de muito sofrimento e ardor surgiu uma nova flor.
Uma que não será lembrada sem o preço da dor com espinhos para recordar o acto do que nos é certo e verdadeiro, que tanto o branco e o preto podem ser tingidos de outra cor, que este mundo não se prende a uma polaridade baseada em vaidades e em conformidades.
Nascemos nus de julgamentos e rótulos, uma página em branco por explorar. No inicio não existem medos, não existem meios, só os seios que conhecemos e o olhar que tememos. A Inocência, nosso tumulo, nosso escudo proveniente de uma ignorância abismal, que vivemos num mundo colorido e bonito, sem tumultos ou mal.
Mas o tempo joga a sua cartada e abre uma entrada, uma fenda inevitável e nem sempre fiável, às interpretações pessoais, as visões do que observamos e conhecemos em contraste com o que queremos e aprendemos. Rapidamente sonhamos em voz alta e damos com a asa em alta, por algo que acreditamos e não descansamos. Por algo que nos está marcado bem fundo, uma ferida que nunca cicatrizou quando o escudo se estilhaçou e a alma em queda livre, sangrou e o seu soalho manchou.
“Tudo muda, desde o tempo em que, ignorante voluntário,
Em tudo e todos se vê bem, nunca o contrário,
Numa nuvem de vozes sem corpo nem sentido,
Deixam um rasto de melodia em que vimos ruído,
Fica a saudade de sentir o mundo mais pequeno,
De ouvir palavras em palavras, sem saborear o veneno”
De saudade ele enche o peito, ao recordar aquilo que era, outrora inocente e inexperiente sem um futuro em mente, agora confronta no espelho demente, uma fera cedente.
“Entretanto, sem ninguém se aperceber,
Todos fecharam os olhos, para nos deixar crescer,
E aí vieram as sombras,
As paisagens fechadas, negras e redondas,
O pincel que agora nos foge do alcance,
Num mar de agulhas, cortantes se tiverem chance,
Avançando em rumo incerto, de espada na mão,
Sem saber o que esperar, neste mundo aberto
Em falso, onde cada passo é em vão…”
“E é então que surgem as interpretações
Às cegas
Obtemos 1 de 2 colorações
Às cegas
Mancham as nossas convicções
Quando impõem regras
E pintam as nossas telas
De bem e mal
Nos forjam em igual”
De certo que nascemos no seio de igualdade, num berço de luz banhado em perfeição ouve se o bater de um novo coração, e de seguida, a voz em choque ao estranho, uma nova criação em tons agudos e em gritos, uma canção.
“Vimos de um só centro de luz
Pensando no nada de igual maneira,
Esculpimos as farsas em que nos tornamos
Ao forjarmos os berços em ferro ou madeira,
Pelas nossas próprias mãos nos tornamos nós,
Os trabalhos arrastados que se tornam demais,
Traçamos as linhas nas mãos e no rosto
E fazemo-nos nós, porque não há mãos iguais”
Mas esta canção é só o que partilhamos em igualdade, quando uma vez lutamos em direcção à respiração, a luta por uma vida de paixão, ou por uma maldição …
Numa canção na qual simplesmente conhecemos a introdução ofuscam os olhos e viram as costas ao refrão, passam para os últimos segundos onde cospem uma avaliação e ou passamos ou chumbamos.
Quando ignoram as nossas razões e motivações, os testemunhos que simplesmente se ouvem em murmúrios ficam reservados ao tempo, este que nos acompanhou, ensinou e mostrou, uma vida como não outra. No bem e no mal jogamos, com o branco e o preto iludimos, delineamos com o pincel as cores com que nos pintam, com que nos criticam e castigam.
Aplicam o seu julgamento, baseado em defeitos e tormentos, não olham duas vezes, a sua pena não se vai contar em meses nem em anos, contar para quê, não são eles que sofrem os danos.
“ Batem com o martelo
Num movimento ignorante e singelo
Quando os quantos olhos me comem
É para sua segurança enquanto dormem
Não entendem não percebem
Que o que se estende perante eles
Não é o que mais temem
Mas a quem mais devem
Pois por às suas vidas mostrar
Com uma acção tudo mudar
Que aquilo em que acreditamos é aquilo porque devemos lutar”
“De início no mundo havia cinzento e mais nada,
Tudo era sem graça, monótono, igual,
Para mim, na ignorância devorava o nevoeiro
E agora tenho saudades desse universo banal…
Por rotina e hábito, tardio e demente,
Aprendi a pintar-me de branco, qual vivo algodão,
Reflector da luz, calor absorvente
Que tudo ganha e nada dá, na imperfeita perfeição.
(Pois agora sinto frio, sentado no chão
Duro, com medo, dizem que tenho um negro coração!)
À medida que mais luz ia engolindo,
Cada vez mais branco me tornava,
(Se o raio de sol demais brilhava
A sombra ainda se aumentava…)”
Uma vida ordeira com os seus assuntos sempre na algibeira, coordena os traços com que se enche de branco num mundo com laços dementes, não se reconhece, não se preenche com este mundo que o abrigou e amamentou, de morais e estruturas fixas vê-as a fracassar para mais tarde desabar. Pela calada observa aqueles que se regem como por uma balada…
sempre na mesma rota mesma linha apesar de sem falhas ser torta.
“Iluminado em excesso pelos raios de sol,
Sinto-me enjoado e dói-me a cabeça,
Quando vou à janela sinto indiferença
Perante a inspiração que entra e me deixa só,
Vejo uma praça, uma serra de betão,
Um mar de tijolo, uma montanha de asfalto,
Grandiosidade urbana medida em palmos
Que se encontram no excesso, permitido assalto.
Nela desfilam vultos, de sombras crescentes,
Não distingo rostos, são só formigas errantes,
Dirigem-se bem mandados, no sentido ascendente
Escolhas passadas tornaram-nos ignorantes,
Ao passar, abstraídos vão
Que nem notam a presença mansa
De algo belo aprisionado no ardente chão,
Um inocente e jovem rosa branca…
Encaminham-se raivosos para o seu local,
Nunca olhando para a inocente flor,
Uma questão de momentos até
Que se torne minha a sua dor,
Esmagados, partilhamos a mesma cor…”
Ao observar não se consegue abster e deita cá para fora a sua certeza, o que não consegue conter, que algo com que se identifica tem de proteger quando ameaçado, como um legado uma companhia para curar a sua melancolia num mundo de uma estúpida fantasia.
E sem meios termos se rege, num acto de coragem e determinação, faz de uma arma seu pincel para colorir o mundo em que acredita, assim como uma vez forçado em preto branco ser.
“Sem pensar, assomo à cabeceira,
Agarro noutro pincel, aponto-o à multidão,
Não há sombra se a acção é certeira,
E disparo, vezes sem conta, pinto de vermelho o chão,
Intacta mantém-se a nobre flor
E eu descubro uma nova cor…
(Mestres de nós mesmos, vendo com olhos diferentes
O mesmo caminho, agora apagado, outrora presente,
Vítimas infundadas de um julgamento errado,
Quando olhamos para trás e em nós nos vemos culpados,
Pedindo um novo começo, fim destinado a desaparecer,
Suicidamo-nos de propósito para voltar a nascer.
Enfim…)
Encarcerado por fazer o bem,
Salvei o espírito, matei o mal,
Mantive a sombra nunca descoberta
Presa na mente, sem um local,
Mas na mesma sou culpado?
Não consigo perceber, e tento,
Que regras absurdas contra nada,
Que saudades do cinzento…”
Indignado e revoltado encontra-se com muitos meses e anos para deixar passar e contar mas nunca amaldiçoar as acções por que se deixou levar, mas sim aqueles que pelo que é certo não o deixarem lutar.
Assim, seguindo o seu branco deu contraste no preto uma nova cor, de muito sofrimento e ardor surgiu uma nova flor.
Uma que não será lembrada sem o preço da dor com espinhos para recordar o acto do que nos é certo e verdadeiro, que tanto o branco e o preto podem ser tingidos de outra cor, que este mundo não se prende a uma polaridade baseada em vaidades e em conformidades.
Nota Editorial: The Un{told}
Quando o Scentless {Jorge} me veio com esta conversa de fazermos uma nota editorial eu fiquei de facto intrigado e curioso, pois explorar os meus motivos e expô-los é algo que não costumo fazer de ânimo leve, mas este blogue faz 1 ano portanto acho que os nossos fãs devotos merecem algumas respostas, e um pouco do Told que se encontra em chavetas no meu pseudónimo.
Devo desde já repetir as palavras do Jorge que disse com muita razão, o porquê da escrita está directamente relacionado com a expressão de emoções, emoções que são mais fáceis de escrever do que exprimir.
Quem me conhece sabe que não partilho tudo com todos, e que existem coisas que simplesmente não partilho de todo, sou uma pessoa abstracta na minha maneira de pensar e cauteloso na maneira de agir. Escrevo com uma intenção, um propósito em busca de uma reacção. A intenção é ensinar, educar, nos meus textos tento partilhar os meus erros, as minhas morais e as minhas experiências pessoais quer as positivas e as negativas. Os meus textos são pequenos pedaços de mim em alegorias, as metáforas são o meu abrigo e refúgio.
O “Told” em chavetas no Un{told} sugere uma duvida que devia ser colocada, Un{told} como algo que não é mencionado pode de facto ser mencionado, mas não o ser de todo?
Nunca se questionaram quem seria o Romancista? E o porquê da diferença dos seus episódios? Ambos se referem ao mesmo, a eloquência do amor.
Em “Romancista de Lágrimas” a história do Romancista cujo papel é mostrar a beleza do amor apesar da sua ambiguidade e incerteza àqueles que falham em a ver e que o procuram em aflição.
Em “Romancista em Lágrimas” em que o seu sofrimento não questiona as suas convicções, a dualidade do amor, o seu risco, e as lições que podemos aprender serão certamente aquelas que nos vão fortalecer e fazer crescer, e que por isso não se vai prender.
E em “Eu, Romancista, acordo” temos a historia na primeira pessoa, o peso da solidão que apesar de não abalar as convicções provoca duvidas e questões.
Os 3 estados mais destrutivos de uma relação: o auge, a queda, o impacto.
A função do Romancista, acompanhar o leitor pelos 3 estados e educa-lo mostrar-lhe a sua visão.
Alegorias em que me refugio para tentar ajudar aqueles que precisam, dou-lhes um pouco de mim para que possam se aliviar e de mim lições tirar, pelo menos, é assim que gosto de pensar.
Parece que coisas para contar existem muitas, mas despeço-me com um grande agradecimento aos nosso fãs que vão ter a paciência de ler isto, e acompanhar este blogue mais um ano (que fazem eles muito bem). Quero agradecer também as identidades que durante este ano me ajudaram a moldar, um especial agradecimento ao Vestido Púrpura e a Dama de Fervor.
Um agradecimento especial ao Jorge Martins, Scentless, por razões que não serão explícitas aqui, obrigado. De mim resta simplesmente o texto que será publicado daqui a umas horas que resulta de uma parceria minha com o Scentless como ele já referiu. Obrigado, e espero que gostem.
Devo desde já repetir as palavras do Jorge que disse com muita razão, o porquê da escrita está directamente relacionado com a expressão de emoções, emoções que são mais fáceis de escrever do que exprimir.
Quem me conhece sabe que não partilho tudo com todos, e que existem coisas que simplesmente não partilho de todo, sou uma pessoa abstracta na minha maneira de pensar e cauteloso na maneira de agir. Escrevo com uma intenção, um propósito em busca de uma reacção. A intenção é ensinar, educar, nos meus textos tento partilhar os meus erros, as minhas morais e as minhas experiências pessoais quer as positivas e as negativas. Os meus textos são pequenos pedaços de mim em alegorias, as metáforas são o meu abrigo e refúgio.
O “Told” em chavetas no Un{told} sugere uma duvida que devia ser colocada, Un{told} como algo que não é mencionado pode de facto ser mencionado, mas não o ser de todo?
Nunca se questionaram quem seria o Romancista? E o porquê da diferença dos seus episódios? Ambos se referem ao mesmo, a eloquência do amor.
Em “Romancista de Lágrimas” a história do Romancista cujo papel é mostrar a beleza do amor apesar da sua ambiguidade e incerteza àqueles que falham em a ver e que o procuram em aflição.
Em “Romancista em Lágrimas” em que o seu sofrimento não questiona as suas convicções, a dualidade do amor, o seu risco, e as lições que podemos aprender serão certamente aquelas que nos vão fortalecer e fazer crescer, e que por isso não se vai prender.
E em “Eu, Romancista, acordo” temos a historia na primeira pessoa, o peso da solidão que apesar de não abalar as convicções provoca duvidas e questões.
Os 3 estados mais destrutivos de uma relação: o auge, a queda, o impacto.
A função do Romancista, acompanhar o leitor pelos 3 estados e educa-lo mostrar-lhe a sua visão.
Alegorias em que me refugio para tentar ajudar aqueles que precisam, dou-lhes um pouco de mim para que possam se aliviar e de mim lições tirar, pelo menos, é assim que gosto de pensar.
Parece que coisas para contar existem muitas, mas despeço-me com um grande agradecimento aos nosso fãs que vão ter a paciência de ler isto, e acompanhar este blogue mais um ano (que fazem eles muito bem). Quero agradecer também as identidades que durante este ano me ajudaram a moldar, um especial agradecimento ao Vestido Púrpura e a Dama de Fervor.
Um agradecimento especial ao Jorge Martins, Scentless, por razões que não serão explícitas aqui, obrigado. De mim resta simplesmente o texto que será publicado daqui a umas horas que resulta de uma parceria minha com o Scentless como ele já referiu. Obrigado, e espero que gostem.
segunda-feira, 14 de março de 2011
Nota editorial: Scentless
Bem, passou um ano, e este blog continua, não só de pé, como a crescer a cada dia que passa, num projecto de colaboração entre duas pessoas que se tornou extremamente frutífero, já que contamos com um total de 42 poemas até à data, somando os trabalhos de cada um e as colaborações entre os dois.
Após todos estes números, ainda não consigo perceber o porquê de escrever... Sei o porquê de divulgar o que escrevo, para encontrar quem com tal também se identifique, e para poder retirar críticas e assim melhorar o meu estilo.
Mas o porquê da escrita terá de estar directamente relacionado com a expressão de emoções, algo difícil no dia-a-dia, mas extremamente fácil na presença de uma folha em branco.
Todo o tipo de emoções pode ser assim exprimido, criando sombras ou luz, dependendo da vontade de um indivíduo que, nesse instante, em tudo se assemelha a Deus no seu próprio mundo fechado.
E não é só esse motivo o suficiente para escrever?
Como este dia não é apenas para ser assinalado, mas também memorizado, foram expostos alguns novos posts exclusivos, relativamente a um novo poema da minha autoria e a um pequeno "tesouro", o qual estava parado há cerca de dois anos e que foi agora melhorado e terminado, que partiu de uma acção conjunta entre os dois autores nesses tempos longíquos.
Para breve está também para ser apresentado um texto completamente novo, resultado do trabalho conjunto entre os dois autores, que infelizmente não pôde ser publicado ainda hoje devido a conflitos de horários e compromissos externos.
A meta para mais um ano será, sem dúvida, mais do mesmo, porque tal significará qualidade e muito trabalho árduo, mas devidamente recompensado pela nossa pequena-grande comunidade de fãs devotos.
Por último, uma palavra de agradecimento à nossa fã número 1, da minha parte, Marta Correia, bem como às diversas pessoas que me serviram de inspiração pelos mais diversos motivos, entre elas Telma Ventura, Inês Tlemçani, Pedro Pereira, Inês Marques, entre muitos (talvez não tantos assim) outros.
Uma última palavra de extremo agradecimento para quem me convidou a fazer parte deste projecto espectacular, o Mestre, João "JJ" Jacinto, The Untold.
Obrigado a todos,
Vemo-nos para o ano!
Jorge Martins, Scentless
Após todos estes números, ainda não consigo perceber o porquê de escrever... Sei o porquê de divulgar o que escrevo, para encontrar quem com tal também se identifique, e para poder retirar críticas e assim melhorar o meu estilo.
Mas o porquê da escrita terá de estar directamente relacionado com a expressão de emoções, algo difícil no dia-a-dia, mas extremamente fácil na presença de uma folha em branco.
Todo o tipo de emoções pode ser assim exprimido, criando sombras ou luz, dependendo da vontade de um indivíduo que, nesse instante, em tudo se assemelha a Deus no seu próprio mundo fechado.
E não é só esse motivo o suficiente para escrever?
Como este dia não é apenas para ser assinalado, mas também memorizado, foram expostos alguns novos posts exclusivos, relativamente a um novo poema da minha autoria e a um pequeno "tesouro", o qual estava parado há cerca de dois anos e que foi agora melhorado e terminado, que partiu de uma acção conjunta entre os dois autores nesses tempos longíquos.
Para breve está também para ser apresentado um texto completamente novo, resultado do trabalho conjunto entre os dois autores, que infelizmente não pôde ser publicado ainda hoje devido a conflitos de horários e compromissos externos.
A meta para mais um ano será, sem dúvida, mais do mesmo, porque tal significará qualidade e muito trabalho árduo, mas devidamente recompensado pela nossa pequena-grande comunidade de fãs devotos.
Por último, uma palavra de agradecimento à nossa fã número 1, da minha parte, Marta Correia, bem como às diversas pessoas que me serviram de inspiração pelos mais diversos motivos, entre elas Telma Ventura, Inês Tlemçani, Pedro Pereira, Inês Marques, entre muitos (talvez não tantos assim) outros.
Uma última palavra de extremo agradecimento para quem me convidou a fazer parte deste projecto espectacular, o Mestre, João "JJ" Jacinto, The Untold.
Obrigado a todos,
Vemo-nos para o ano!
Jorge Martins, Scentless
Especial aniversário (Baú de recordações): Meeting hands (começado em 18/04/2009)
Look into your disguise,
Panic betrays the lie,
Until we pass it all away…
Come into this decay,
Live long and die someday!
We’ve earned our wings, now we fly away…
We have the sun on our backs,
Hands reached too long and disconnect,
We’ve step aside, we remain intact,
Dead serious as a deadly heart attack!
We build our own naked feet,
We walk in search of heat,
The end was never as close
As when we’re a part of it!
So pray to the time machine,
If the stars write victory,
The blood and death was just the mean…
We have the sun on our backs,
Hands reached too long and disconnect,
We’ve step aside, we remain intact,
Dead serious as a deadly heart attack!
Embrace the fight!
Stop giving birth
To what is right!
We need more space
For all our lies!
The world someday will die!
We have the sun on our backs,
Hands reached too long and disconnect,
We’ve step aside, we remain intact,
Dead serious as a deadly heart attack!
Panic betrays the lie,
Until we pass it all away…
Come into this decay,
Live long and die someday!
We’ve earned our wings, now we fly away…
We have the sun on our backs,
Hands reached too long and disconnect,
We’ve step aside, we remain intact,
Dead serious as a deadly heart attack!
We build our own naked feet,
We walk in search of heat,
The end was never as close
As when we’re a part of it!
So pray to the time machine,
If the stars write victory,
The blood and death was just the mean…
We have the sun on our backs,
Hands reached too long and disconnect,
We’ve step aside, we remain intact,
Dead serious as a deadly heart attack!
Embrace the fight!
Stop giving birth
To what is right!
We need more space
For all our lies!
The world someday will die!
We have the sun on our backs,
Hands reached too long and disconnect,
We’ve step aside, we remain intact,
Dead serious as a deadly heart attack!
Especial aniversário: Piloto Arquitecto by Scentless
Imaginei um avião,
Volta ao mundo, sente o chão,
E torna a sorrir ao vento,
Transforma cada passo em vão
Ilusório, voa pela força do pensamento…
Eu nunca quis ser pouco,
E assim tornei-me demais
Ardente página a troco
De um vazio real jamais,
Leitura paga a peso de ouro,
Todas as letras são iguais…
Passado de perto,
Nuvem clara no horizonte
Torna o céu coberto
E faz-me voar até tão longe…
Nas minhas asas de ferro
Levanta-me os olhos, serra-me as mãos!
Queimei-me até flutuar,
Partilhado numa etérea dança,
Indeciso na vontade de amar
Os olhos emprestados numa vista baça,
Caí no fogo do teu ar
E pedi que morresse nesta farsa,
Porque não faz sentido pedir mais,
Para quê fingir que vou voar?
Fazer de ramos asas reais
Vencer os medos do negrume e sonhar,
Não faz sentido perecer nesta queda,
Não pode haver quem falte para encher a tela,
Alegre, peço que me abram a janela,
Real, elevo-me com asas de seda…
Volta ao mundo, sente o chão,
E torna a sorrir ao vento,
Transforma cada passo em vão
Ilusório, voa pela força do pensamento…
Eu nunca quis ser pouco,
E assim tornei-me demais
Ardente página a troco
De um vazio real jamais,
Leitura paga a peso de ouro,
Todas as letras são iguais…
Passado de perto,
Nuvem clara no horizonte
Torna o céu coberto
E faz-me voar até tão longe…
Nas minhas asas de ferro
Levanta-me os olhos, serra-me as mãos!
Queimei-me até flutuar,
Partilhado numa etérea dança,
Indeciso na vontade de amar
Os olhos emprestados numa vista baça,
Caí no fogo do teu ar
E pedi que morresse nesta farsa,
Porque não faz sentido pedir mais,
Para quê fingir que vou voar?
Fazer de ramos asas reais
Vencer os medos do negrume e sonhar,
Não faz sentido perecer nesta queda,
Não pode haver quem falte para encher a tela,
Alegre, peço que me abram a janela,
Real, elevo-me com asas de seda…
domingo, 6 de março de 2011
Janela by The Un{told}
Habito era olhar pela Janela, que este ainda hoje não perdi, outrora por curiosidade, hoje por pena, amanha por um mau habito de que ontem me esqueci ... ver o mundo em que cresci a ser levado por tudo o que perdi quando cegamente questionava o mundo em que nasci.
Perdemos tempo a ponderar sem questionar se o que perdemos voltamos a ganhar, quando passamos o tempo sem resposta dar aos sem expressões que nos miram em fogo cruzado no peito, no leito amado ...
Sem realizar ou sequer tentar, ver que este em que vivemos é o mesmo em que morremos, deambulamos contra a maré no escuro em nome de uma fé. Que a paisagem manchada de ontem seja uma imagem passada, que o peso conhecido seja hoje desconhecido, que a dor oferecida seja removida, que o passado seja perdoado ...
Patético, como se tudo fosse um dado ...
Por preguiça ao alpendre vidramos os olhos na cobiça, nenhum contentamento só defeitos apontados, como se perante uma paisagem de uma só cor nos encontrassemos emaranhados. Mas como ela que aponta defeitos sem os tentar corrigir com feitos, prega maldições ao mundo, aquele que a recebeu no seu leito e lhe deu as sensações
É recompensado com ingratidão.
No entanto o tempo é perdido, passando despercebido é eventualmente esquecido quando pelos olhos pesados é adormecido a frente de esta Janela, em que a paisagem nublada é bela. A questionar, a ignorar e a criticar o passamos, sem esforçar a vista observamos e observamos ... que o mundo em que vivemos é o mesmo em que morremos, quando se pelo menos nós tivéssemos esforçado, preocupado e lutado, muito provavelmente o teríamos mudado.
Portanto vivemos e vivemos
Em espera da mudança
Após a tempestade, a bonança
Quando nada fizemos para a merecer
Eventualmente morremos, sem a ver, sem a ter
Perdemos tempo a ponderar sem questionar se o que perdemos voltamos a ganhar, quando passamos o tempo sem resposta dar aos sem expressões que nos miram em fogo cruzado no peito, no leito amado ...
Sem realizar ou sequer tentar, ver que este em que vivemos é o mesmo em que morremos, deambulamos contra a maré no escuro em nome de uma fé. Que a paisagem manchada de ontem seja uma imagem passada, que o peso conhecido seja hoje desconhecido, que a dor oferecida seja removida, que o passado seja perdoado ...
Patético, como se tudo fosse um dado ...
Por preguiça ao alpendre vidramos os olhos na cobiça, nenhum contentamento só defeitos apontados, como se perante uma paisagem de uma só cor nos encontrassemos emaranhados. Mas como ela que aponta defeitos sem os tentar corrigir com feitos, prega maldições ao mundo, aquele que a recebeu no seu leito e lhe deu as sensações
É recompensado com ingratidão.
No entanto o tempo é perdido, passando despercebido é eventualmente esquecido quando pelos olhos pesados é adormecido a frente de esta Janela, em que a paisagem nublada é bela. A questionar, a ignorar e a criticar o passamos, sem esforçar a vista observamos e observamos ... que o mundo em que vivemos é o mesmo em que morremos, quando se pelo menos nós tivéssemos esforçado, preocupado e lutado, muito provavelmente o teríamos mudado.
Portanto vivemos e vivemos
Em espera da mudança
Após a tempestade, a bonança
Quando nada fizemos para a merecer
Eventualmente morremos, sem a ver, sem a ter
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
Execução sem alvo by Scentless
Olho em direcção ao nada nem ninguém,
Vejo só os corpos, mas alma, quem a tem?
Viro em sobressalto, por uma aura demente,
Morro afastado de quem é inocente…
Paixão de um só dia,
Qualquer sensação,
E não me resguardo de proteger
Quem não julga saber…
Diamante em bruto, plácido mas tão ingénuo
Quanto o supérfluo Mal nos permite ser,
Sem os terceiros impactos de alguém superior,
Manipula os factos, manifesta a dor (e a pena…)
Bala de prata, a arder, no chão de esferas,
Mato-te a sombra, sem medo, torna ao que eras…
Paixão de um só dia,
Qualquer sensação,
E não me resguardo de proteger
Quem não julga saber…
De volta, rodeado do mais imenso vazio,
O aço corroído pelo sangue já frio,
E algo no silêncio perturba o meu estado,
À tua procura, disparo para todo o lado,
Na esperança de acertar,
No teu rosto glaciar…
Vejo só os corpos, mas alma, quem a tem?
Viro em sobressalto, por uma aura demente,
Morro afastado de quem é inocente…
Paixão de um só dia,
Qualquer sensação,
E não me resguardo de proteger
Quem não julga saber…
Diamante em bruto, plácido mas tão ingénuo
Quanto o supérfluo Mal nos permite ser,
Sem os terceiros impactos de alguém superior,
Manipula os factos, manifesta a dor (e a pena…)
Bala de prata, a arder, no chão de esferas,
Mato-te a sombra, sem medo, torna ao que eras…
Paixão de um só dia,
Qualquer sensação,
E não me resguardo de proteger
Quem não julga saber…
De volta, rodeado do mais imenso vazio,
O aço corroído pelo sangue já frio,
E algo no silêncio perturba o meu estado,
À tua procura, disparo para todo o lado,
Na esperança de acertar,
No teu rosto glaciar…
Metáfora de Saudade by Scentless
Vivo numa cova de medo,
Sem intrigas,
Sem querer saber de vidas,
Tão profundo,
Inspira o solo,
Não há ar cheio de mundo,
Puro e estável,
Recordação,
Irreal mas tão palpável,
Manipulável,
São memórias de papel,
Imperfeitas,
Mundanas máximas,
Sofridão e estão sujeitas
À procura de uma luz
E só por isso são perfeitas…
Qualquer dia hei-de voltar
Ao mundo que um dia me fez de lar
E a ti, meu mundo,
Meu ar... num profundo inspirar…
Homem tão básico e estranho,
Nostálgico,
Alegria traz um sabor trágico,
Manifesta
Ao céu aberto,
Qualquer dia mas não certo,
Ascensão à superfície,
Mergulhado em betão,
Isolado, mas então
Faço paragens para o lado,
Mergulhando em ordem inversa,
Braços lançados ao céu distante,
Depressa,
Controlo os impulsos, mutante…
Qualquer dia hei-de voltar
Ao mundo que um dia me fez de lar
E a ti, meu mundo,
Meu ar... num profundo inspirar…
Cidade em ruínas bravas,
Tanto mudou que já não sei
Pensar neste local como minha casa que outrora foi,
Bastarda, nunca pensei
Em ti,
Excepto nos momentos
Em que em mais nada pensava,
Tão escassos, tão extensos,
E agora a memória foi quebrada,
Ilusória mas real,
A saudade deu-se mal…
Nunca mais hei-de voltar
Ao mundo que um dia me fez de lar
E a ti, meu mundo,
Meu ar... num profundo inspirar…
Sem intrigas,
Sem querer saber de vidas,
Tão profundo,
Inspira o solo,
Não há ar cheio de mundo,
Puro e estável,
Recordação,
Irreal mas tão palpável,
Manipulável,
São memórias de papel,
Imperfeitas,
Mundanas máximas,
Sofridão e estão sujeitas
À procura de uma luz
E só por isso são perfeitas…
Qualquer dia hei-de voltar
Ao mundo que um dia me fez de lar
E a ti, meu mundo,
Meu ar... num profundo inspirar…
Homem tão básico e estranho,
Nostálgico,
Alegria traz um sabor trágico,
Manifesta
Ao céu aberto,
Qualquer dia mas não certo,
Ascensão à superfície,
Mergulhado em betão,
Isolado, mas então
Faço paragens para o lado,
Mergulhando em ordem inversa,
Braços lançados ao céu distante,
Depressa,
Controlo os impulsos, mutante…
Qualquer dia hei-de voltar
Ao mundo que um dia me fez de lar
E a ti, meu mundo,
Meu ar... num profundo inspirar…
Cidade em ruínas bravas,
Tanto mudou que já não sei
Pensar neste local como minha casa que outrora foi,
Bastarda, nunca pensei
Em ti,
Excepto nos momentos
Em que em mais nada pensava,
Tão escassos, tão extensos,
E agora a memória foi quebrada,
Ilusória mas real,
A saudade deu-se mal…
Nunca mais hei-de voltar
Ao mundo que um dia me fez de lar
E a ti, meu mundo,
Meu ar... num profundo inspirar…
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
Vulto de destruição by Scentless
A música penetra-nos no cérebro como uma infusao destilada
De propósito para nos fazer sentir sem saber como nos sentir,
À medida que ecoam vozes na minha cabeça a gritar
“DANÇA! DANÇA!” e eu descubro o prazer do silêncio frustrado,
Procurado somente por aqueles que fingem viver,
E eu vejo alguém que nos movimentos leves me provoca,
Respira o meu ar, sabendo que vais desaparecer em breve…
Sombra etérea afia a ponta de um punhal,
Sem saber como, encontro-me a fugir,
Vultos inexistentes propagam-se na minha mente
À medida que se torna maior a sombra que me segue,
Não é preciso ter olhos na nuca para saber que vou morrer,
Não e preciso ter juízos de valor para saber o que é correcto,
Não conto ter um relógio se souber sempre o tempo certo
De cada atitude premeditada de prioridades invisíveis,
E corro, parado…
Eu só não quero olhar para trás!
(as minhas mãos dizem mais do que eu sinto)
Eu só não quero olhar para trás!
(ausente da essência que torna puro o momento)
Eu só não quero olhar para trás!
(os meus olhos dizem mais do que eu sinto)
Eu só não quero olhar para trás!
(só sinto a falta de quem adormeceu)
Eu só não quero olhar para trás!
(a minha boca diz mais do que sinto)
Eu só não quero olhar para trás!
(EU NÃO SINTO NADA!)
EU SÓ NÃO QUERO OLHAR PARA TRÁS!!!
PÁRA DE ME MATAR!
E a sombra não pára…
Desaparece, mata-me mais um pouco…
Rosto esquecido num vulto perdido…
No final, olho sempre para trás…
De propósito para nos fazer sentir sem saber como nos sentir,
À medida que ecoam vozes na minha cabeça a gritar
“DANÇA! DANÇA!” e eu descubro o prazer do silêncio frustrado,
Procurado somente por aqueles que fingem viver,
E eu vejo alguém que nos movimentos leves me provoca,
Respira o meu ar, sabendo que vais desaparecer em breve…
Sombra etérea afia a ponta de um punhal,
Sem saber como, encontro-me a fugir,
Vultos inexistentes propagam-se na minha mente
À medida que se torna maior a sombra que me segue,
Não é preciso ter olhos na nuca para saber que vou morrer,
Não e preciso ter juízos de valor para saber o que é correcto,
Não conto ter um relógio se souber sempre o tempo certo
De cada atitude premeditada de prioridades invisíveis,
E corro, parado…
Eu só não quero olhar para trás!
(as minhas mãos dizem mais do que eu sinto)
Eu só não quero olhar para trás!
(ausente da essência que torna puro o momento)
Eu só não quero olhar para trás!
(os meus olhos dizem mais do que eu sinto)
Eu só não quero olhar para trás!
(só sinto a falta de quem adormeceu)
Eu só não quero olhar para trás!
(a minha boca diz mais do que sinto)
Eu só não quero olhar para trás!
(EU NÃO SINTO NADA!)
EU SÓ NÃO QUERO OLHAR PARA TRÁS!!!
PÁRA DE ME MATAR!
E a sombra não pára…
Desaparece, mata-me mais um pouco…
Rosto esquecido num vulto perdido…
No final, olho sempre para trás…
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
Silêncios de morte
E tivemos silêncios que nunca foram iguais
Como almas passadas por entre restos mortais,
E o nosso amor por água começou a secar,
Estou trancado à chave para não esvaziar…
E o gelo que sentimos é marcado a ferro,
E o peito abandonado jaz na pedra…
Seguindo caminhos separados que foram feitos para se unir,
Armas tingindas de cinzento param sem me atingir…
Abandonado no destino por uma bala desigual,
Amarrotado pela vida como uma folha de jornal,
E as horas não importam se não se tem para onde ir,
Se o silêncio é apático e paralizo-me a sentir…
Sombras manifestam saudades de seus reis,
Logo que eles acodem, elas já sofrem para seu bem,
Flechas de álcool morno e sem retorno do céu,
Meta desconcertada, tão apartada quanto eu…
E a marca do sentido é deixada a zero,
Desapareci daqui, evaporou-se o medo,
Ornamentos já florais sem pecado no destino,
Sabor primaveril na cara do Inverno assassino…
E temos sempre vozes que não se podem calar,
Silêncio esperado que demora a chegar…
Como almas passadas por entre restos mortais,
E o nosso amor por água começou a secar,
Estou trancado à chave para não esvaziar…
E o gelo que sentimos é marcado a ferro,
E o peito abandonado jaz na pedra…
Seguindo caminhos separados que foram feitos para se unir,
Armas tingindas de cinzento param sem me atingir…
Abandonado no destino por uma bala desigual,
Amarrotado pela vida como uma folha de jornal,
E as horas não importam se não se tem para onde ir,
Se o silêncio é apático e paralizo-me a sentir…
Sombras manifestam saudades de seus reis,
Logo que eles acodem, elas já sofrem para seu bem,
Flechas de álcool morno e sem retorno do céu,
Meta desconcertada, tão apartada quanto eu…
E a marca do sentido é deixada a zero,
Desapareci daqui, evaporou-se o medo,
Ornamentos já florais sem pecado no destino,
Sabor primaveril na cara do Inverno assassino…
E temos sempre vozes que não se podem calar,
Silêncio esperado que demora a chegar…
Febre by Scentless
Injecta o sopro,
Já não sofro,
Perco toda a sensação,
Eu não te ouço,
Já estou morto,
Sem existir uma razão…
Tira as mãos quentes que não me sabem queimar,
Devolvido ao remetente com um aviso para não expirar,
E avisar, só quero avisar, de algo menos bom que esse veneno tem,
Prova um pouco e dá-me razão que algo não está bem…
Nunca se está demasiado longe para me ouvir respirar,
Nunca se está muito distante para partilharmos o ar,
E se há vontade de dizer que nunca seríamos iguais,
Então parte do princípio que falando seremos banais…
Tornamo-nos meras figuras, diluídos numa tela vazia,
Já tão fria do pouco sol, que tarda a atravessar o caminho,
Passa sozinho, passa enfim, longíquo dia dentro de mim,
Qualquer aviso sem sentido torna-se passado sem ser assim,
Fica queimado, fica ao meu lado, fica para sempre preso aqui,
Tapa-me o sol, pára-me a sombra, deixa-me viver para sempre em ti!
Já não sofro,
Perco toda a sensação,
Eu não te ouço,
Já estou morto,
Sem existir uma razão…
Tira as mãos quentes que não me sabem queimar,
Devolvido ao remetente com um aviso para não expirar,
E avisar, só quero avisar, de algo menos bom que esse veneno tem,
Prova um pouco e dá-me razão que algo não está bem…
Nunca se está demasiado longe para me ouvir respirar,
Nunca se está muito distante para partilharmos o ar,
E se há vontade de dizer que nunca seríamos iguais,
Então parte do princípio que falando seremos banais…
Tornamo-nos meras figuras, diluídos numa tela vazia,
Já tão fria do pouco sol, que tarda a atravessar o caminho,
Passa sozinho, passa enfim, longíquo dia dentro de mim,
Qualquer aviso sem sentido torna-se passado sem ser assim,
Fica queimado, fica ao meu lado, fica para sempre preso aqui,
Tapa-me o sol, pára-me a sombra, deixa-me viver para sempre em ti!
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
Peças de um fim by Scentless
Estrangulados em auras pesadas
Por reputações que passam despercebidas,
Peças encaixam se aproximadas,
O tempo a passar só as torna mais parecidas,
Mereço um dia que nunca vá acabar,
Passamo-lo na ansiedade que termine
À espera de que nunca vá terminar,
Não querendo mais do que o necessário que o sol nos ilumine,
Navegamos por águas já mortas,
Se azuis se dizem então assim o são,
Palavras ditas ignoram ordens,
Na realidade não há sensação…
Mundo de sonho sem derrota,
Juntam-se os fios de ligação,
O mar bate-me na face e beijo-o de volta,
Num instante tenho a tesoura na mão,
Lentamente, ergo-a com um gesto,
Hesitante, quanto tempo me dará?
Tempo de uma vida surge-me em protesto,
Se o tempo que importa é o que menos há!
Mas já vejo traços de indiferença,
Palpitação que resultou em morte,
Se está destinado, nada mais interessa,
Faço por fim mais um pequeno corte…
Olho sem querer para um mar de vozes
Que me giram até ficar à sua mercê,
Fui azarado em ter tamanha sorte
De só ver o branco da sua tez,
Aparências iludidas à luz da razão,
Predominância de um hábito que nunca alteraram,
Tempo perdido, é essa a emoção,
Peças encaixam porque se afastaram…
Por reputações que passam despercebidas,
Peças encaixam se aproximadas,
O tempo a passar só as torna mais parecidas,
Mereço um dia que nunca vá acabar,
Passamo-lo na ansiedade que termine
À espera de que nunca vá terminar,
Não querendo mais do que o necessário que o sol nos ilumine,
Navegamos por águas já mortas,
Se azuis se dizem então assim o são,
Palavras ditas ignoram ordens,
Na realidade não há sensação…
Mundo de sonho sem derrota,
Juntam-se os fios de ligação,
O mar bate-me na face e beijo-o de volta,
Num instante tenho a tesoura na mão,
Lentamente, ergo-a com um gesto,
Hesitante, quanto tempo me dará?
Tempo de uma vida surge-me em protesto,
Se o tempo que importa é o que menos há!
Mas já vejo traços de indiferença,
Palpitação que resultou em morte,
Se está destinado, nada mais interessa,
Faço por fim mais um pequeno corte…
Olho sem querer para um mar de vozes
Que me giram até ficar à sua mercê,
Fui azarado em ter tamanha sorte
De só ver o branco da sua tez,
Aparências iludidas à luz da razão,
Predominância de um hábito que nunca alteraram,
Tempo perdido, é essa a emoção,
Peças encaixam porque se afastaram…
Forgiveness In the Name, Her Name or My Name? by The Un{told}
To be hurt and cold at a sight of pain, but also a deserved sight of pain, is the portrait of her mistakes for that she must … she should … lay in the bed with them, as she used to lay with me. It’s with them that she should grow old, with them that she should cry and whisper my name, a name rotten and empty I must say, but that in her heart, she begs for the otherwise.
In the past she would give me a tiny piece of heaven, with feathers and leather, in the clouds to hide her doubts so that in the night I would lay next to her and say my thanks to the moon without knowing that she was in fact, my doom.
And we would sang and drank all the way to the bottom, all the life that we shared all that love that she had, or claimed to have, and my bliss became the Ignorance because I was naïve and so, but I loved her and I still do by forces that no man match. As the winters grow colder, my heart still lay in her empty bed by her portrait, were she begs forgiveness. Now I lay cold, without knowing what to do, what music do listen to bring her trust and erase this hurt.
I love her but the pain and the hate stain the painting that the portrait holds, she must pay all the coins that she tossed at me, she must pay, oh she will pay. I would not die for her, but I would live for her, but I will never bow to her, as once.
Purple Dress
Bring me from this mess
Rise our love from the dead
And show me regrets, emends
Don’t forget the past
That you cast
On your self
Embrace your actions
They where once your Intensions
Forgiveness has a price
Your pain I ask you not to hide
Pain is the currency I want her to know so that she can grow, the price of a cold heart, my heart. Mistakes, for them she must live, with them she bread bread, with she shall sink.
(1-12-2010)
In the past she would give me a tiny piece of heaven, with feathers and leather, in the clouds to hide her doubts so that in the night I would lay next to her and say my thanks to the moon without knowing that she was in fact, my doom.
And we would sang and drank all the way to the bottom, all the life that we shared all that love that she had, or claimed to have, and my bliss became the Ignorance because I was naïve and so, but I loved her and I still do by forces that no man match. As the winters grow colder, my heart still lay in her empty bed by her portrait, were she begs forgiveness. Now I lay cold, without knowing what to do, what music do listen to bring her trust and erase this hurt.
I love her but the pain and the hate stain the painting that the portrait holds, she must pay all the coins that she tossed at me, she must pay, oh she will pay. I would not die for her, but I would live for her, but I will never bow to her, as once.
Purple Dress
Bring me from this mess
Rise our love from the dead
And show me regrets, emends
Don’t forget the past
That you cast
On your self
Embrace your actions
They where once your Intensions
Forgiveness has a price
Your pain I ask you not to hide
Pain is the currency I want her to know so that she can grow, the price of a cold heart, my heart. Mistakes, for them she must live, with them she bread bread, with she shall sink.
(1-12-2010)
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