Imaginei um avião,
Volta ao mundo, sente o chão,
E torna a sorrir ao vento,
Transforma cada passo em vão
Ilusório, voa pela força do pensamento…
Eu nunca quis ser pouco,
E assim tornei-me demais
Ardente página a troco
De um vazio real jamais,
Leitura paga a peso de ouro,
Todas as letras são iguais…
Passado de perto,
Nuvem clara no horizonte
Torna o céu coberto
E faz-me voar até tão longe…
Nas minhas asas de ferro
Levanta-me os olhos, serra-me as mãos!
Queimei-me até flutuar,
Partilhado numa etérea dança,
Indeciso na vontade de amar
Os olhos emprestados numa vista baça,
Caí no fogo do teu ar
E pedi que morresse nesta farsa,
Porque não faz sentido pedir mais,
Para quê fingir que vou voar?
Fazer de ramos asas reais
Vencer os medos do negrume e sonhar,
Não faz sentido perecer nesta queda,
Não pode haver quem falte para encher a tela,
Alegre, peço que me abram a janela,
Real, elevo-me com asas de seda…
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