sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Metáfora de Saudade by Scentless

Vivo numa cova de medo,
Sem intrigas,
Sem querer saber de vidas,
Tão profundo,
Inspira o solo,
Não há ar cheio de mundo,
Puro e estável,
Recordação,
Irreal mas tão palpável,
Manipulável,
São memórias de papel,
Imperfeitas,
Mundanas máximas,
Sofridão e estão sujeitas
À procura de uma luz
E só por isso são perfeitas…

Qualquer dia hei-de voltar
Ao mundo que um dia me fez de lar
E a ti, meu mundo,
Meu ar... num profundo inspirar…

Homem tão básico e estranho,
Nostálgico,
Alegria traz um sabor trágico,
Manifesta
Ao céu aberto,
Qualquer dia mas não certo,
Ascensão à superfície,
Mergulhado em betão,
Isolado, mas então
Faço paragens para o lado,
Mergulhando em ordem inversa,
Braços lançados ao céu distante,
Depressa,
Controlo os impulsos, mutante…

Qualquer dia hei-de voltar
Ao mundo que um dia me fez de lar
E a ti, meu mundo,
Meu ar... num profundo inspirar…


Cidade em ruínas bravas,
Tanto mudou que já não sei
Pensar neste local como minha casa que outrora foi,
Bastarda, nunca pensei
Em ti,
Excepto nos momentos
Em que em mais nada pensava,
Tão escassos, tão extensos,
E agora a memória foi quebrada,
Ilusória mas real,
A saudade deu-se mal…

Nunca mais hei-de voltar
Ao mundo que um dia me fez de lar
E a ti, meu mundo,
Meu ar... num profundo inspirar…

Sem comentários:

Enviar um comentário