Estrangulados em auras pesadas
Por reputações que passam despercebidas,
Peças encaixam se aproximadas,
O tempo a passar só as torna mais parecidas,
Mereço um dia que nunca vá acabar,
Passamo-lo na ansiedade que termine
À espera de que nunca vá terminar,
Não querendo mais do que o necessário que o sol nos ilumine,
Navegamos por águas já mortas,
Se azuis se dizem então assim o são,
Palavras ditas ignoram ordens,
Na realidade não há sensação…
Mundo de sonho sem derrota,
Juntam-se os fios de ligação,
O mar bate-me na face e beijo-o de volta,
Num instante tenho a tesoura na mão,
Lentamente, ergo-a com um gesto,
Hesitante, quanto tempo me dará?
Tempo de uma vida surge-me em protesto,
Se o tempo que importa é o que menos há!
Mas já vejo traços de indiferença,
Palpitação que resultou em morte,
Se está destinado, nada mais interessa,
Faço por fim mais um pequeno corte…
Olho sem querer para um mar de vozes
Que me giram até ficar à sua mercê,
Fui azarado em ter tamanha sorte
De só ver o branco da sua tez,
Aparências iludidas à luz da razão,
Predominância de um hábito que nunca alteraram,
Tempo perdido, é essa a emoção,
Peças encaixam porque se afastaram…
Sem comentários:
Enviar um comentário