E tivemos silêncios que nunca foram iguais
Como almas passadas por entre restos mortais,
E o nosso amor por água começou a secar,
Estou trancado à chave para não esvaziar…
E o gelo que sentimos é marcado a ferro,
E o peito abandonado jaz na pedra…
Seguindo caminhos separados que foram feitos para se unir,
Armas tingindas de cinzento param sem me atingir…
Abandonado no destino por uma bala desigual,
Amarrotado pela vida como uma folha de jornal,
E as horas não importam se não se tem para onde ir,
Se o silêncio é apático e paralizo-me a sentir…
Sombras manifestam saudades de seus reis,
Logo que eles acodem, elas já sofrem para seu bem,
Flechas de álcool morno e sem retorno do céu,
Meta desconcertada, tão apartada quanto eu…
E a marca do sentido é deixada a zero,
Desapareci daqui, evaporou-se o medo,
Ornamentos já florais sem pecado no destino,
Sabor primaveril na cara do Inverno assassino…
E temos sempre vozes que não se podem calar,
Silêncio esperado que demora a chegar…
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