sábado, 26 de março de 2011

Teatro by Scentless

Palco vazio, de faces opostas,
Treinado para ser o que não mais se é,
Madeira que guarda recordações vazias,
Cortinas que roçam num triste sussuro,
Fantasma aparece e aguarda de pé.

Numa nébula de fumo brilhante,
Guardando os segredos para depois,
Treinam-se os olhos, emprestam-se caras,
Fazem-se cores, esquece-se o céu,
Beijam-se lábios em conjuntos de dois,

Num toque frio e impessoal,
Passa-se a esperança e o calor,
Num mundo morto, nada é real,
Tudo é mecanizado e torto,
Mas isto é verdadeiro, isso é amor…

Faça-se luz sobre as nossas cabeças!
Sussurros de espanto e baixa-se o muro,
Cessa o murmúrio, entra a ausência
E contrói-se um império de tudo!
(Guardem a luz, acaba sempre escuro…)

Num treino ardente e sóbrio
De auras redondas e artificiais,
Matamo-nos todos e vimos das cinzas,
Amamos o que seria evidente e irreal
Numa vida cheia e perfeita demais,

Pintam-se cores nas íris de alguém,
À medida que as mãos se tornam famintas,
Nunca o falso soube tão autêntico!
O êxtase entra numa explosão de cor,
Vem-me a alegria, bebem-se as tintas!

Passa o som e volta o sussurro,
Fabrica-se o corpo de volta, sedento,
Voltou o escuro (previsto e esperado),
Alguém morreu para ficar desse lado?
O resto segue e torna-se cinzento…


Mas calem-se!
Vai começar outra vez!

Ouve-se a música que soa repetida,
Ensaia-se o beijo na prevista entrada,
Silêncio no negro, comido de vida,
Abrem-se as cortinas vermelhas de cetim…
E revela-se o palco, cheio de nada!

quarta-feira, 23 de março de 2011

Reflexão do Ser: O Porquê da Simples Palavra Esquecer by The Un{told}

Palavras não tiram este gosto que tenho hoje.
Ao acordar olhei de relance para onde te encontravas em vidro emoldurada, hoje pó, no passado o retrato de duas almas magoadas, tingidas e unidas por uma palavra, a mais vasta e que sai mais cara, a que saiu e caio num emaranhado lato.

As palavras fizeram uma casa, uma família um futuro uma vida, sem comprovativo de venda mudei-me para lá, onde vivi e cresci.

Na varanda sobre o mar nos enleamos tapados e cerrados de um vento hostil, e ferrados lábios tapados quando não ocupados sussurravam palavras e palavras, de ternura conhecíamos as aventuras de cada um enquanto nos conhecíamos, nos criávamos, nos explorávamos. Depois de uma refeição imprevista surgiam dúvidas mistas, arejar ajudou enquanto nos deslocávamos a um parque junto de nossa casa, aí repousamos e pensamos, eu pelo menos pensei, pensei e pensei e a ela me entreguei por palavras que proferir durante muito tempo não me cansei. De palavras só podem surgir promessas, e de promessas, surgem, neste texto, desavenças.

Eram as palavras que durante a noite me sucumbiam da cama, e me faziam deambular pela noite em que os espelhos me sorriam sem preocupação, um sorriso simples, ingénuo e amplo não me deixavam descansado, mas diziam-me para me deitar e não ligar, que o que tinha era sono e aguardava o despertar. E assim o fiz, enrolado no lençol a olhar para ti, o maior de todos os sorrisos, aguardava a chegada do sol, onde só me esperavam mais compromissos.

Ao acordar beijava um dos teus quatro cantos, e pensava no bom dia e no pequeno-almoço que te iria preparar, se ao menos a distancia não nos tivesse a separar, seria assim que seria o meu despertar, em vez disso busco pelo telemóvel e não te podendo ligar uma mensagem teria de dar.

Uma mensagem vinha de passagem, um entender trás com um propósito, mais palavras, uma finalidade, uma espera de uma resposta por consequência, eu respondo, com mais palavras, um fim de uma espera e o começo de outra, um ciclo de feras sem pontas soltas...
Mas para um ciclo, um círculo onde uma palavra teria um único entender uma única volta a dar, havia muitas pontas onde encalhar, sem apoio teria sido fácil escorregar.

De tantas pontas onde encalhar e após tantas contornar seria previsível que por uma delas iria ficar, naquela sim iria encalhar e nela escorregar, de porcelana com o ressalto ver estilhaçar diante dos meus olhos o peito que enchia da palavra “amar”.

Isto tudo para querer chegar, ao sentido do peso que é o de uma “palavra” citar, e o porque da simples “palavra” amaldiçoar. Saudável não é o quanto conforto procuramos nas palavras, saudável não é o pouco esforço que requer uma palavra e o seu fácil resultado, saudável é fazer justiça as acções prometidas, saudável é sem justificações simplesmente agir, e no final poder sorrir, sei que este esteja a mentir. A preguiça forçou a palavra a sair, e a preguiça fez a palavra cair, cair ao ponto de esta hoje não ser mais que mais um conto, uma fantasia em linhas lisas, de um tanto turvo a tinta e o conteúdo este ainda mais confuso.

Rosto by Scentless

O meu rosto são páginas invisíveis
Que de queimadas se fazem esquecidas.
As linhas, vincadas a cinzas,
Marcam um império de estradas perdidas.

Afogado em areia imóvel
Está um reflexo breve que desvaneceu
Por si, em memórias atmosféricas
Do reflexo que sou eu,

Vejo-me de uma janela infinita
Sem piedade, decorando a repetir
Os sinais de uma vida passada
Sem viver, mas a existir.

Se um dia o mar me levar,
Corpo infectado de degradação,
Ver-me-ei do alto atingido
Em esferas perpétuas de re-encarnação,

Pois todos os dias foram
Vidas desperdiçadas, a tentar ser mais!
Num canto da chuva escorrem
Os minutos cuspidos por serem iguais.

Nunca houve um raio de sol
Que fizesse mudar valer a pena,
E quando o havia, esperançoso
Não tardava a enganar a alma, pequena,

E desaparecia para sempre, orgulhoso
De me fazer gastar os olhos em choro,
Todos os dias acabava a minha vida,
Dormia, e todos os dias começava de novo…

Agora, como sempre, morto
Por olhar para o passado, pensando demais
Num desfile de máscaras erradas,
Julgado pelo rosto, mas pela sombra mais!

terça-feira, 15 de março de 2011

Tela de pintor by Scentless and The Un{told}

Polaridades dividem realidades, cada um se sujeita se entrega e se manifesta consoante as suas verdades, são decisões passadas e experiencias intemporais que nos definem, que nos preenchem e dividem.

Nascemos nus de julgamentos e rótulos, uma página em branco por explorar. No inicio não existem medos, não existem meios, só os seios que conhecemos e o olhar que tememos. A Inocência, nosso tumulo, nosso escudo proveniente de uma ignorância abismal, que vivemos num mundo colorido e bonito, sem tumultos ou mal.

Mas o tempo joga a sua cartada e abre uma entrada, uma fenda inevitável e nem sempre fiável, às interpretações pessoais, as visões do que observamos e conhecemos em contraste com o que queremos e aprendemos. Rapidamente sonhamos em voz alta e damos com a asa em alta, por algo que acreditamos e não descansamos. Por algo que nos está marcado bem fundo, uma ferida que nunca cicatrizou quando o escudo se estilhaçou e a alma em queda livre, sangrou e o seu soalho manchou.

“Tudo muda, desde o tempo em que, ignorante voluntário,
Em tudo e todos se vê bem, nunca o contrário,
Numa nuvem de vozes sem corpo nem sentido,
Deixam um rasto de melodia em que vimos ruído,
Fica a saudade de sentir o mundo mais pequeno,
De ouvir palavras em palavras, sem saborear o veneno”


De saudade ele enche o peito, ao recordar aquilo que era, outrora inocente e inexperiente sem um futuro em mente, agora confronta no espelho demente, uma fera cedente.

“Entretanto, sem ninguém se aperceber,
Todos fecharam os olhos, para nos deixar crescer,
E aí vieram as sombras,
As paisagens fechadas, negras e redondas,
O pincel que agora nos foge do alcance,
Num mar de agulhas, cortantes se tiverem chance,
Avançando em rumo incerto, de espada na mão,
Sem saber o que esperar, neste mundo aberto
Em falso, onde cada passo é em vão…”

“E é então que surgem as interpretações
Às cegas
Obtemos 1 de 2 colorações
Às cegas
Mancham as nossas convicções
Quando impõem regras
E pintam as nossas telas
De bem e mal
Nos forjam em igual”


De certo que nascemos no seio de igualdade, num berço de luz banhado em perfeição ouve se o bater de um novo coração, e de seguida, a voz em choque ao estranho, uma nova criação em tons agudos e em gritos, uma canção.

“Vimos de um só centro de luz
Pensando no nada de igual maneira,
Esculpimos as farsas em que nos tornamos
Ao forjarmos os berços em ferro ou madeira,
Pelas nossas próprias mãos nos tornamos nós,
Os trabalhos arrastados que se tornam demais,
Traçamos as linhas nas mãos e no rosto
E fazemo-nos nós, porque não há mãos iguais”


Mas esta canção é só o que partilhamos em igualdade, quando uma vez lutamos em direcção à respiração, a luta por uma vida de paixão, ou por uma maldição …

Numa canção na qual simplesmente conhecemos a introdução ofuscam os olhos e viram as costas ao refrão, passam para os últimos segundos onde cospem uma avaliação e ou passamos ou chumbamos.

Quando ignoram as nossas razões e motivações, os testemunhos que simplesmente se ouvem em murmúrios ficam reservados ao tempo, este que nos acompanhou, ensinou e mostrou, uma vida como não outra. No bem e no mal jogamos, com o branco e o preto iludimos, delineamos com o pincel as cores com que nos pintam, com que nos criticam e castigam.

Aplicam o seu julgamento, baseado em defeitos e tormentos, não olham duas vezes, a sua pena não se vai contar em meses nem em anos, contar para quê, não são eles que sofrem os danos.

“ Batem com o martelo
Num movimento ignorante e singelo
Quando os quantos olhos me comem
É para sua segurança enquanto dormem
Não entendem não percebem
Que o que se estende perante eles
Não é o que mais temem
Mas a quem mais devem

Pois por às suas vidas mostrar
Com uma acção tudo mudar
Que aquilo em que acreditamos é aquilo porque devemos lutar”


“De início no mundo havia cinzento e mais nada,
Tudo era sem graça, monótono, igual,
Para mim, na ignorância devorava o nevoeiro
E agora tenho saudades desse universo banal…
Por rotina e hábito, tardio e demente,
Aprendi a pintar-me de branco, qual vivo algodão,
Reflector da luz, calor absorvente
Que tudo ganha e nada dá, na imperfeita perfeição.

(Pois agora sinto frio, sentado no chão
Duro, com medo, dizem que tenho um negro coração!)

À medida que mais luz ia engolindo,
Cada vez mais branco me tornava,
(Se o raio de sol demais brilhava
A sombra ainda se aumentava…)”


Uma vida ordeira com os seus assuntos sempre na algibeira, coordena os traços com que se enche de branco num mundo com laços dementes, não se reconhece, não se preenche com este mundo que o abrigou e amamentou, de morais e estruturas fixas vê-as a fracassar para mais tarde desabar. Pela calada observa aqueles que se regem como por uma balada…
sempre na mesma rota mesma linha apesar de sem falhas ser torta.

“Iluminado em excesso pelos raios de sol,
Sinto-me enjoado e dói-me a cabeça,
Quando vou à janela sinto indiferença
Perante a inspiração que entra e me deixa só,
Vejo uma praça, uma serra de betão,
Um mar de tijolo, uma montanha de asfalto,
Grandiosidade urbana medida em palmos
Que se encontram no excesso, permitido assalto.

Nela desfilam vultos, de sombras crescentes,
Não distingo rostos, são só formigas errantes,
Dirigem-se bem mandados, no sentido ascendente
Escolhas passadas tornaram-nos ignorantes,

Ao passar, abstraídos vão
Que nem notam a presença mansa
De algo belo aprisionado no ardente chão,
Um inocente e jovem rosa branca…
Encaminham-se raivosos para o seu local,
Nunca olhando para a inocente flor,
Uma questão de momentos até
Que se torne minha a sua dor,
Esmagados, partilhamos a mesma cor…”


Ao observar não se consegue abster e deita cá para fora a sua certeza, o que não consegue conter, que algo com que se identifica tem de proteger quando ameaçado, como um legado uma companhia para curar a sua melancolia num mundo de uma estúpida fantasia.
E sem meios termos se rege, num acto de coragem e determinação, faz de uma arma seu pincel para colorir o mundo em que acredita, assim como uma vez forçado em preto branco ser.

“Sem pensar, assomo à cabeceira,
Agarro noutro pincel, aponto-o à multidão,
Não há sombra se a acção é certeira,
E disparo, vezes sem conta, pinto de vermelho o chão,
Intacta mantém-se a nobre flor
E eu descubro uma nova cor…

(Mestres de nós mesmos, vendo com olhos diferentes
O mesmo caminho, agora apagado, outrora presente,
Vítimas infundadas de um julgamento errado,
Quando olhamos para trás e em nós nos vemos culpados,
Pedindo um novo começo, fim destinado a desaparecer,
Suicidamo-nos de propósito para voltar a nascer.
Enfim…)

Encarcerado por fazer o bem,
Salvei o espírito, matei o mal,
Mantive a sombra nunca descoberta
Presa na mente, sem um local,
Mas na mesma sou culpado?
Não consigo perceber, e tento,
Que regras absurdas contra nada,
Que saudades do cinzento…”


Indignado e revoltado encontra-se com muitos meses e anos para deixar passar e contar mas nunca amaldiçoar as acções por que se deixou levar, mas sim aqueles que pelo que é certo não o deixarem lutar.
Assim, seguindo o seu branco deu contraste no preto uma nova cor, de muito sofrimento e ardor surgiu uma nova flor.
Uma que não será lembrada sem o preço da dor com espinhos para recordar o acto do que nos é certo e verdadeiro, que tanto o branco e o preto podem ser tingidos de outra cor, que este mundo não se prende a uma polaridade baseada em vaidades e em conformidades.

Nota Editorial: The Un{told}

Quando o Scentless {Jorge} me veio com esta conversa de fazermos uma nota editorial eu fiquei de facto intrigado e curioso, pois explorar os meus motivos e expô-los é algo que não costumo fazer de ânimo leve, mas este blogue faz 1 ano portanto acho que os nossos fãs devotos merecem algumas respostas, e um pouco do Told que se encontra em chavetas no meu pseudónimo.

Devo desde já repetir as palavras do Jorge que disse com muita razão, o porquê da escrita está directamente relacionado com a expressão de emoções, emoções que são mais fáceis de escrever do que exprimir.

Quem me conhece sabe que não partilho tudo com todos, e que existem coisas que simplesmente não partilho de todo, sou uma pessoa abstracta na minha maneira de pensar e cauteloso na maneira de agir. Escrevo com uma intenção, um propósito em busca de uma reacção. A intenção é ensinar, educar, nos meus textos tento partilhar os meus erros, as minhas morais e as minhas experiências pessoais quer as positivas e as negativas. Os meus textos são pequenos pedaços de mim em alegorias, as metáforas são o meu abrigo e refúgio.

O “Told” em chavetas no Un{told} sugere uma duvida que devia ser colocada, Un{told} como algo que não é mencionado pode de facto ser mencionado, mas não o ser de todo?

Nunca se questionaram quem seria o Romancista? E o porquê da diferença dos seus episódios? Ambos se referem ao mesmo, a eloquência do amor.

Em “Romancista de Lágrimas” a história do Romancista cujo papel é mostrar a beleza do amor apesar da sua ambiguidade e incerteza àqueles que falham em a ver e que o procuram em aflição.

Em “Romancista em Lágrimas” em que o seu sofrimento não questiona as suas convicções, a dualidade do amor, o seu risco, e as lições que podemos aprender serão certamente aquelas que nos vão fortalecer e fazer crescer, e que por isso não se vai prender.

E em “Eu, Romancista, acordo” temos a historia na primeira pessoa, o peso da solidão que apesar de não abalar as convicções provoca duvidas e questões.

Os 3 estados mais destrutivos de uma relação: o auge, a queda, o impacto.

A função do Romancista, acompanhar o leitor pelos 3 estados e educa-lo mostrar-lhe a sua visão.

Alegorias em que me refugio para tentar ajudar aqueles que precisam, dou-lhes um pouco de mim para que possam se aliviar e de mim lições tirar, pelo menos, é assim que gosto de pensar.

Parece que coisas para contar existem muitas, mas despeço-me com um grande agradecimento aos nosso fãs que vão ter a paciência de ler isto, e acompanhar este blogue mais um ano (que fazem eles muito bem). Quero agradecer também as identidades que durante este ano me ajudaram a moldar, um especial agradecimento ao Vestido Púrpura e a Dama de Fervor.

Um agradecimento especial ao Jorge Martins, Scentless, por razões que não serão explícitas aqui, obrigado. De mim resta simplesmente o texto que será publicado daqui a umas horas que resulta de uma parceria minha com o Scentless como ele já referiu. Obrigado, e espero que gostem.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Nota editorial: Scentless

Bem, passou um ano, e este blog continua, não só de pé, como a crescer a cada dia que passa, num projecto de colaboração entre duas pessoas que se tornou extremamente frutífero, já que contamos com um total de 42 poemas até à data, somando os trabalhos de cada um e as colaborações entre os dois.

Após todos estes números, ainda não consigo perceber o porquê de escrever... Sei o porquê de divulgar o que escrevo, para encontrar quem com tal também se identifique, e para poder retirar críticas e assim melhorar o meu estilo.
Mas o porquê da escrita terá de estar directamente relacionado com a expressão de emoções, algo difícil no dia-a-dia, mas extremamente fácil na presença de uma folha em branco.
Todo o tipo de emoções pode ser assim exprimido, criando sombras ou luz, dependendo da vontade de um indivíduo que, nesse instante, em tudo se assemelha a Deus no seu próprio mundo fechado.
E não é só esse motivo o suficiente para escrever?

Como este dia não é apenas para ser assinalado, mas também memorizado, foram expostos alguns novos posts exclusivos, relativamente a um novo poema da minha autoria e a um pequeno "tesouro", o qual estava parado há cerca de dois anos e que foi agora melhorado e terminado, que partiu de uma acção conjunta entre os dois autores nesses tempos longíquos.

Para breve está também para ser apresentado um texto completamente novo, resultado do trabalho conjunto entre os dois autores, que infelizmente não pôde ser publicado ainda hoje devido a conflitos de horários e compromissos externos.
A meta para mais um ano será, sem dúvida, mais do mesmo, porque tal significará qualidade e muito trabalho árduo, mas devidamente recompensado pela nossa pequena-grande comunidade de fãs devotos.

Por último, uma palavra de agradecimento à nossa fã número 1, da minha parte, Marta Correia, bem como às diversas pessoas que me serviram de inspiração pelos mais diversos motivos, entre elas Telma Ventura, Inês Tlemçani, Pedro Pereira, Inês Marques, entre muitos (talvez não tantos assim) outros.

Uma última palavra de extremo agradecimento para quem me convidou a fazer parte deste projecto espectacular, o Mestre, João "JJ" Jacinto, The Untold.

Obrigado a todos,
Vemo-nos para o ano!

Jorge Martins, Scentless

Especial aniversário (Baú de recordações): Meeting hands (começado em 18/04/2009)

Look into your disguise,
Panic betrays the lie,
Until we pass it all away…
Come into this decay,
Live long and die someday!
We’ve earned our wings, now we fly away…

We have the sun on our backs,
Hands reached too long and disconnect,
We’ve step aside, we remain intact,
Dead serious as a deadly heart attack!

We build our own naked feet,
We walk in search of heat,
The end was never as close
As when we’re a part of it!
So pray to the time machine,
If the stars write victory,
The blood and death was just the mean…

We have the sun on our backs,
Hands reached too long and disconnect,
We’ve step aside, we remain intact,
Dead serious as a deadly heart attack!

Embrace the fight!
Stop giving birth
To what is right!
We need more space
For all our lies!
The world someday will die!

We have the sun on our backs,
Hands reached too long and disconnect,
We’ve step aside, we remain intact,
Dead serious as a deadly heart attack!

Especial aniversário: Piloto Arquitecto by Scentless

Imaginei um avião,
Volta ao mundo, sente o chão,
E torna a sorrir ao vento,
Transforma cada passo em vão
Ilusório, voa pela força do pensamento…

Eu nunca quis ser pouco,
E assim tornei-me demais
Ardente página a troco
De um vazio real jamais,
Leitura paga a peso de ouro,
Todas as letras são iguais…

Passado de perto,
Nuvem clara no horizonte
Torna o céu coberto
E faz-me voar até tão longe…
Nas minhas asas de ferro
Levanta-me os olhos, serra-me as mãos!

Queimei-me até flutuar,
Partilhado numa etérea dança,
Indeciso na vontade de amar
Os olhos emprestados numa vista baça,
Caí no fogo do teu ar
E pedi que morresse nesta farsa,

Porque não faz sentido pedir mais,
Para quê fingir que vou voar?
Fazer de ramos asas reais
Vencer os medos do negrume e sonhar,
Não faz sentido perecer nesta queda,
Não pode haver quem falte para encher a tela,
Alegre, peço que me abram a janela,
Real, elevo-me com asas de seda…

domingo, 6 de março de 2011

Janela by The Un{told}

Habito era olhar pela Janela, que este ainda hoje não perdi, outrora por curiosidade, hoje por pena, amanha por um mau habito de que ontem me esqueci ... ver o mundo em que cresci a ser levado por tudo o que perdi quando cegamente questionava o mundo em que nasci.

Perdemos tempo a ponderar sem questionar se o que perdemos voltamos a ganhar, quando passamos o tempo sem resposta dar aos sem expressões que nos miram em fogo cruzado no peito, no leito amado ...

Sem realizar ou sequer tentar, ver que este em que vivemos é o mesmo em que morremos, deambulamos contra a maré no escuro em nome de uma fé. Que a paisagem manchada de ontem seja uma imagem passada, que o peso conhecido seja hoje desconhecido, que a dor oferecida seja removida, que o passado seja perdoado ...

Patético, como se tudo fosse um dado ...

Por preguiça ao alpendre vidramos os olhos na cobiça, nenhum contentamento só defeitos apontados, como se perante uma paisagem de uma só cor nos encontrassemos emaranhados. Mas como ela que aponta defeitos sem os tentar corrigir com feitos, prega maldições ao mundo, aquele que a recebeu no seu leito e lhe deu as sensações

É recompensado com ingratidão.

No entanto o tempo é perdido, passando despercebido é eventualmente esquecido quando pelos olhos pesados é adormecido a frente de esta Janela, em que a paisagem nublada é bela. A questionar, a ignorar e a criticar o passamos, sem esforçar a vista observamos e observamos ... que o mundo em que vivemos é o mesmo em que morremos, quando se pelo menos nós tivéssemos esforçado, preocupado e lutado, muito provavelmente o teríamos mudado.


Portanto vivemos e vivemos
Em espera da mudança
Após a tempestade, a bonança
Quando nada fizemos para a merecer
Eventualmente morremos, sem a ver, sem a ter