sábado, 9 de outubro de 2010

Rotina by Scentless

Pode estar tudo dito, mas não está tudo feito,
Renuncia ao estatuto de monotonia,
Essa rotina que tanto dilacera o peito,
Mas da qual só prescinde quem não tem mais um dia.

Percorrendo sempre os mesmos espaços,
Indiferença perante janelas que de flores se adornam,
Tantas vezes já vi os mesmos traços
Que até estátuas as pessoas se tornam…

Agarrando o previsível desesperadamente
Até a morte nos bater à porta,
Se profano algo digo conscientemente,
E Deus não diz nada, logo, não se importa…

Depois de acordar é que se começa a viver,
Todo o segundo se torna banal
Até se ter esse pequeno prazer
Que é a tua saudação matinal…

Só uma coisa me custa admitir,
Que na minha vida mais não há
Do que andar para te sentir
E morrer quando não estás lá…

Pois adivinhem quem não está!
E a rotina de repente não vale nada,
E ao ver a esperança esmagada
Sempre temos o dia seguinte…Então vá…

Chegou a altura de deixar esta onda,
Por retrospecção desta jornada absurda
Em que se vê que a estrada ainda é longa
E a vida, essa, é curta…

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