Romancista sem certezas vê-se enleado nas suas tristezas. Magoado lá nos seus areais, sozinho questionar-se se prega uma doutrina falaciosa? Jamais.
Por hábito forçado a tratar feridas de forasteiros procura respostas ao espelho, na sua cara incógnita e tapada, isolada. As palavras não lhe faltam, mas àquela língua custam proferir as verdades que não suporta ouvir.
Não consegue pagar, a moeda corrente, pois este não precisa de sarar nem chorar, é possuidor do conhecimento e do sofrimento deste. Os ventos não mudam os areais que o ensinaram a amar, ele ensinar a amar os forasteiros deve para aos ventos calar.
Mas os ventos sopram a ouvidos surdos, enquanto que as tempestades fazem ouvidos surdos.
As tempestades vão e vêm, quando assobiam não é destas que ele treme mas sim o futuro, este, ele teme. Não se pode esquecer do que o futuro lhe pode trazer, um sol duradouro e campos por colher. Lá nos seus areais as tempestades são poucas mas duradouras e o sol lá não trás campos por colher, o que trás é bem mais precioso. As tempestades moldam os areais, alastram-nos tornam-nos mais espessos e certos. O que a tempestade lhe trás são lições de vida, por cada tempestade que passa ele se ergue mais, se faz ouvir mais alto.
O amor não é certo, o amor não é correcto, o amor não é previsível, o amor é ambicioso.
O amor é uma tempestade, um temporal sem moral, que agora rebenta nos seus areais, sozinho perante este monstro da natureza, de cabeça erguida, braços abertos ele se entrega nele.
Ele sabe o que o antecede, ele sabe onde falhou, ele confessa aos ventos os seus erros e medos. Estes crescem em segundos, sem misericórdia, com desdém. Observam-no de cima, murmuram e assobiam. Fazem sombra nos seus areais incandescentes, fazem pesar nos seus ideais efervescentes. Ele sabe, agora, que a culpa é sua, que também ele podia errar.
Mestre de seus areais confia nos seus ideais e profere a verdade, a que sangra da sua boca e lhe cai nos areais: Eu não padeço de ti, eu padeço por ti, eu não morro por ti, eu vivo para ti, se tu te ergues a mim, eu não me rebaixo por ti, eu ergo-me por mim. Tu és o mal de que eu sofro o mal que procuro, o sofrimento necessário à vida e a eterna dádiva. Separados somos mortais, mas juntos, somos imortais, portanto cai sobre mim e diz-me onde errei.
Tu és o amor e eu somente sou o dono do teu esplendor.
brilhante!
ResponderEliminardigno de uma música.
és um manel cruz não és um manel cruz és tu e ele(tu) sabe. muito.
(és uma sonoridade)
tás a rebentar.
rebenta.
continua.