Morte…
Arrasta-me pelo chão,
Inerte, contra vontade,
Ou leva-me pela mão,
Em direcção à liberdade,
Eu não te acho repelente,
Mas se um dia me rebelar,
Faz-me o que fazes a toda a gente,
Faz o meu coração parar…
Se uns te acham miserável
E que vens sempre antes do tempo,
Para mim és incontornável
E é sempre certo o momento,
Abraçado ao gume despido
Dos sentimentos às sementes,
Foice que sussura ao ouvido,
Corpo em que só o sangue é quente,
Às portas do infinito,
Celebra a pobre alma,
O Céu pode já não ser mito,
Mas Céu também não é calma!
Caminha no Limbo estreito,
Vê a silhueta nunca indefesa,
De capuz negro e ossos com defeito,
Mas dentro colecciona as mortes da presa,
Numa lápide marcada a giz,
Retornei ao mundo o que era seu,
Terra esconde o que Deus não diz,
Que sozinho nasceu e sozinho morreu…
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