quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Jellyfish by Scentless

Old room, small disguise, impostor,
We sit all but silent, these are our hearts,
Have you ever thought how beautiful you are?
I’ve lost the weight of water flowing under you,
The waves’ soothing ripple, crush,
But I hate myself too much,

And somehow I feel closer to you here,

You said “this moment will be gone, how will you remember it in a perfect way?”
But there is nothing that I would change.
I won’t let this be just another lapse of sentimentality,
It’s not right,
It won’t change,

And I seem to always remember your face,
And somehow I feel closer to you here,
It’s all the little things,

The cold that settled in,
The bones we drew ourselves,
To be left alone,
We’re not dreaming of this space anymore,
Sometimes I don’t sleep, you know,
I still hear the water reaching the shore,
And so we drink,
To be left alone,
And our skin is growing old,
Sometimes the music just can’t be wrong,
Sometimes is all about the growing apart,
Lend me that hand of yours,
And I still hear you say “that was truly wonderful”,
Eternal night still wouldn’t be enough,

“The waves belong to us”
My poetically rumoured sayings,
You hold my souvenir in your lips,
And I’m just a cigarette, burning,


But somehow, I feel closer to you here 

domingo, 12 de outubro de 2014

Cidade Morta by Scentless

Passageiro, diz-me quem trazes
De volta à guarda da mente trancada,
Se dormes em notas de falsas morais
Qual é a moral que trazes guardada?

Sinto o teu cheiro a papel e remorso,
Faço o ruído branco de quem não se move,
Louco o sentido de quem já não pode
E por querer sentir, quase que morre.

Sou decadente...

Portas são olhos por entre expressões,
São as coisas temporárias que nos põem de parte,
Quero esse avião a cair agora
E quero um corpo para rasgar em nome da arte.

Foi a minha fraqueza que não nos salvou
Das tuas cicatrizes;

E se me beijasses uma primeira vez verias
Que a recordação era cimento numa cidade de pele,
É o eco de uma dança que não salvou ninguém
É a forma como as mãos fazem padrões no céu,

Porque nós somos transparentes,
Somente estufas de fantasmas.

E se eu te leio os detalhes à meia luz
Quero que vejas o momento, descoberto,
Vandalizamos este corredor feito de fumo
E os teus lábios dão forma a um riso deserto,

E sangras por cada defeito familiar
Que eu nunca mudaria,
Desapareces por entre chamas
Com as páginas que eu lia,

Isto não é História,
Isto é só um jogo que nos mantém à parte.
Não são os nossos demónios que nos fazem nós,
É esta cidade que nos torna reais...



Mas já só gritas por vida
E para mim não há desculpa,
Fui eu que morri...

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Lisbon by Scentless

I can see through the tough luck,
Do you still believe you’re pregnant when you sleep?
You hide your smile in your hair,
Now move along
And grin without a glance to spare,

I can steal through your loopholes,
Turning questions into reasons that you don’t identify,
And is it wrong to dance?
It may be, but you know we don’t rely,
So touch your side with your hands
And move heaven behind those eyes,

You make my heart shrink,
Love, you make my heart shrink,

And we’re not like a piece of art,
And I don’t want to miss you anymore
No, I don’t want to read your mind,
My God…

Because you make my heart shrink,
Yes, you make my heart shrink,

Look alive when we look close,
Seems too soon to be full of life,
But we don’t spare a thought tonight,
Oh we don’t care
About the meanings we ignite,
So move along to the next room,
Now you’re just another actress I don’t recognize,

And you make my heart shrink,
Love, you make my heart shrink,

And we’re not like a piece of art,
And I don’t want to miss you anymore
No, I don’t want to read your mind,
My God…

Because you make my heart shrink,
Yes, you make my heart shrink,

Let us die,
Because we look up when we should’ve drowned,
And I lost the pain, figured I’d be fine
But soon I realized it just didn’t mean to be found,


But today, my heart shrinks…

sábado, 20 de setembro de 2014

Amor Barulhento by The Un{told}

Hoje eu sei, hoje eu cuido
do passado, do presente,
eminente a todo o ruído,
procuro um futuro reluzente.

Encurralado e magoado,
me vejo confrontado,
qual o reflexo de um espelho estilhaçado?

A figura esta, está distorcida,
inerte e suja, despida ...
por questões, corrompida ...

É neste quadro bem delimitado,
não nas cores ou tons abatidos
mas nos pormenores esquecidos.

São nas pequenas pedrinhas,
nas que preenchem qualquer riacho,
que ofuscado e preso me acho.

Como que amarrado,
como que questionado,
se o futuro é nos dado,
ou algo pelo qual tem de ser lutado?

A incerteza é uma constante,
uma amalgama de situações,
que perturba os nossos corações.

Numa demanda por respostas,
sem saber por onde começar,
começo por em mim procurar
que questões colocar.

Ao me debruçar procuro
no sangue derramado
o rasto, as sobras do estilhaço …

Se foi da certeza e convicção,
que resultou esta aflição?

Se foi o pragmatismo
que me colocou neste abismo?

Quando ao recusar ver,
ceder, acabei por a perder ...

Sem eu próprio disso me aperceber …

Ou se antes ...
Ou se antes, uma realidade objectiva
como que irrealista, um destino masoquista?

Após todos os momentos em que a via rir.
Mesmo após todo o sofrimento e dor
eu sabia, que mais alto nos fazíamos ouvir
que qualquer feitiço de amor.

Apesar de tudo, jazes presente,
recordada, resguarda, por mim amada.
Em memória, todas as caricias:
De quando ainda me vias …
De quando ainda me sentias …´

Assim grito: que se lixe o pragmatismo …
Que se lixe o espelho, pintemos este de vermelho.
Arremessado, todo o reflexo que levou o romantismo.
Pois isto eu sei: este não é o fim com que me assemelho.


quarta-feira, 25 de junho de 2014

Refúgio by Scentless

Imagina-me cego, rumo por acidente,
Caminho sem saber o que me espera lá à frente,
Vago dom de adivinhação, sem esperança de estar lá e estou...

Se o teu medo é deserto, amor é água e pedra que bebes à espera,
Eu não sofro para o resto do mundo,
Mas meu amor, nem por um segundo eu deixei de sofrer,

Os teus olhos sem cor
Já não me deixam morrer.

Se não me deixares num frasco à porta,
Eu preciso de alguém para uma morte a sós,
Nós somos quem amamos e o muro está farto desta questão,

Porque o teu rosto está perto, não me peças um só traço sem que eu te vá rasgar,
Um abraço é um sufoco junto,
Que sem orgulho, é dor e eu não a provo para saber,

Sem ritmo, dançamos,
Neste tom só teu,

Refúgio vão nestas páginas amarradas,
De histórias inventadas por quem quer ser quem não sou,
E as letras falam por defeito
Em códigos a preto que não ajeito por ninguém,

Essa vida pobre a dois,

Já só me deixa viver.  

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Incandescência by The Un{told}

Contudo eu sei que ele amou, uma vida cheia de alegria, rodeado, em nós acreditou.
Privado e roubado, parecer manchado, de um passeio imaculado.
Contudo eu sei, contudo eu sei, que sozinho não caminharei
de mãos dadas, no verde estrelado, à sombra do que me é mais chegado.

Num ontem resguardado, aprecio o chilrear que hoje jaz quebrado.
O doce paladar da aragem, do conforto e do frio transtorno. 
Aguardarei, no soalho conhecedor do tempo, abastado de sol, chuva ou vento
de memória ao peito, com um sorriso sem jeito, feliz te recordarei como sempre te amei.

Figuro então hoje num quadro inacabado, não só, mas acompanhado.
Recordo-te bem, recordo-te mal, recordo-te sempre amado.
Por tudo e por nada, pelo todo que foste e és, obrigado.

Pois sou filho sou filha, sou primo sou prima, sou tio sou tia, sou alguém que para ti sorria, como todos para alguém, para mim tu és família.

Em memória de um grande senhor e amigo, 
toda a força que esteja contigo e com os teus.
Jorge Gião 
1966~2014

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Carta à Matriarca by the {Un}told

Já faz tempo meu amor …
Questiono-me se sentes a minha falta, a falta das minhas palavras, do meu sabor amargo, do meu corpo resguardado, tímido e inibido, perante o teu esplendor, o teu corpo alado.
Como ao meu lado te costumavas deitar, como os meus lábios costumavas beijar naquele rude despertar. Um traço de sangue transformava-se num tracejado que percorrias, ferozmente me agarravas, o meu corpo tomavas e me olhavas, e cedente estremecias, cedente sorrias.
 As tuas mãos frias no meu peito, quando sobre mim éramos um. Sucessões de movimentos, desenvergonhados em sangue e em lágrimas ficávamos banhados.
Marcas deixavas, como migalhas para aquele espaço que era só nosso, para que nunca me perdesse, para que nunca esquecesse as palavras que me ensinaste e o sentimento que me mostraste. Não me esqueci, como podia …

“Uma tela pintada, um desenho se apresenta,
contornos carregados por lápis afiados,
vermelho é a cor que se evidencia,
medo, medo é o sentimento, a dádiva oferecida.
Como que num espelho, reflectido
Interpretado por um tumulto, encapuçado
Me vejo inerte, um sem expressão erguido
Atrás de mim, na altura, um vulto mascarado
Hoje, um sorriso, não confuso, decidido

Um sem expressão de nome sombra,
outrora era o que via,
nos degraus frios encolhido tremia,
enquanto que o chão estremecia,
cada vez mais, confuso me perdia.

À Janela via o tempo passar,
sem nada fazer, me deixava levar …
Meu maior erro, o medo e a dor culpar
em vez de estes de braços abertos abraçar.”


“Quem não sucumbe às mágoas da vida fica para sempre com esta em divida” palavras que proferias, como que uma profecia, não eram mais que verdades reflectidas na cortina esbatida, lembras-te?
“A maior falácia é julgar poder viver sem sofrer, dar sem receber.
Como podemos se não desejar …
Como podemos se não respeitar …
Como podemos se não admirar …

… aquele que força o sangue a jorrar,
que aperta no peito toda a dor e sofrimento,
em que se banha e encontra, todo o contentamento.

… a clareza que ofusca, a clareza que se procura
está  na alma, deslumbrante e inerte, vestida de vermelho.
De saltos, austera e bela, pelas pernas, cetim até ao joelho,
é a minha amada e não só, é a inveja de qualquer espelho.

Pintam-te de vermelho como me pintam de branco,
a recusa e a repulsa não me é indiferente,
Espelho estilhaçado, parecer quebrado
pego no pincel que partilho, este não tem odor, desprovido de gatilho
num gesto só, sucinto e decidido, rasgo o tecido
o branco não é transparente, como que uma nascente
deste  jaz uma nova corrente.

Imperativo é deixar fluir, correr e nascer. Dar ao mundo a beber, dar ao mundo a aprender, uma oportunidade de cair, sofrer e morrer, para que possamos um dia sim dizer que sabemos o que é viver.”

Bem sabes como gosto de pregar, às paredes que me ouvem. Na retina ver esbatida, tudo o que tenho para dar seja mágoa, dor ou pesar.

Gosto de pensar que estás orgulhosa de mim …
Gosto de pensar que as minhas palavras são lidas e as minhas intenções percebidas …
Gosto de pensar que na tua ausência não estou sozinho, que na tua ausência encontrei o meu caminho …


Hoje não sou uma criança, hoje crescido, das profundezas erguido, deparo-me à tua procura, mais uma vez, para te dizer que encontrei esperança, para te dizer que a tempestade passou e a bonança voltou.
Lembras-te destas palavras? Naquele espaço só nosso, ao som da melodia predilecta? Como as paredes pintaste e ao meu coração berraste, só para no papel poder esboçar um bocado de mim, o caminho ao destino que ele percorre, o sangue que nas nossas veias escorre…
Como tudo era tão mais fácil nessa altura …

“Fazeis de mim o que puderes,
de joelhos me entrego, de joelhos me confesso,
que a razão porque nasci é a razão porque me perdi,
para todos os receios, abrigo procuro naqueles que são os seus seios,
de lágrimas nos olhos, um alguém a quem em encostar, um alguém com quem partilhar,
alguém a quem a mão dar e pelas linhas passear, no fim de contas, alguém a quem amar.”

Hoje caminho em cetim de pregos, calejado e firme aprecio a paisagem, não é para o destino que olho mas sim para a viagem. Assim me despeço assim me entrego, até à próxima jornada, até à próxima caminhada, meu amor.


Do teu insólito pecador.