domingo, 12 de outubro de 2014

Cidade Morta by Scentless

Passageiro, diz-me quem trazes
De volta à guarda da mente trancada,
Se dormes em notas de falsas morais
Qual é a moral que trazes guardada?

Sinto o teu cheiro a papel e remorso,
Faço o ruído branco de quem não se move,
Louco o sentido de quem já não pode
E por querer sentir, quase que morre.

Sou decadente...

Portas são olhos por entre expressões,
São as coisas temporárias que nos põem de parte,
Quero esse avião a cair agora
E quero um corpo para rasgar em nome da arte.

Foi a minha fraqueza que não nos salvou
Das tuas cicatrizes;

E se me beijasses uma primeira vez verias
Que a recordação era cimento numa cidade de pele,
É o eco de uma dança que não salvou ninguém
É a forma como as mãos fazem padrões no céu,

Porque nós somos transparentes,
Somente estufas de fantasmas.

E se eu te leio os detalhes à meia luz
Quero que vejas o momento, descoberto,
Vandalizamos este corredor feito de fumo
E os teus lábios dão forma a um riso deserto,

E sangras por cada defeito familiar
Que eu nunca mudaria,
Desapareces por entre chamas
Com as páginas que eu lia,

Isto não é História,
Isto é só um jogo que nos mantém à parte.
Não são os nossos demónios que nos fazem nós,
É esta cidade que nos torna reais...



Mas já só gritas por vida
E para mim não há desculpa,
Fui eu que morri...

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