Passageiro,
diz-me quem trazes
De volta à
guarda da mente trancada,
Se dormes em
notas de falsas morais
Qual é a
moral que trazes guardada?
Sinto o teu
cheiro a papel e remorso,
Faço o ruído
branco de quem não se move,
Louco o
sentido de quem já não pode
E por querer
sentir, quase que morre.
Sou
decadente...
Portas são
olhos por entre expressões,
São as
coisas temporárias que nos põem de parte,
Quero esse
avião a cair agora
E quero um
corpo para rasgar em nome da arte.
Foi a minha
fraqueza que não nos salvou
Das tuas
cicatrizes;
E se me
beijasses uma primeira vez verias
Que a
recordação era cimento numa cidade de pele,
É o eco de
uma dança que não salvou ninguém
É a forma
como as mãos fazem padrões no céu,
Porque nós
somos transparentes,
Somente
estufas de fantasmas.
E se eu te
leio os detalhes à meia luz
Quero que
vejas o momento, descoberto,
Vandalizamos
este corredor feito de fumo
E os teus
lábios dão forma a um riso deserto,
E sangras
por cada defeito familiar
Que eu nunca
mudaria,
Desapareces por
entre chamas
Com as
páginas que eu lia,
Isto não é
História,
Isto é só um
jogo que nos mantém à parte.
Não são os
nossos demónios que nos fazem nós,
É esta
cidade que nos torna reais...
Mas já só
gritas por vida
E para mim
não há desculpa,
Fui eu que
morri...
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