Hoje eu sei, hoje eu cuido
do passado, do presente,
eminente a todo o ruído,
procuro um futuro reluzente.
Encurralado e magoado,
me vejo confrontado,
qual o reflexo de um espelho estilhaçado?
A figura esta, está distorcida,
inerte e suja, despida ...
por questões, corrompida ...
É neste quadro bem delimitado,
não nas cores ou tons abatidos
mas nos pormenores esquecidos.
São nas pequenas pedrinhas,
nas que preenchem qualquer riacho,
que ofuscado e preso me acho.
Como que amarrado,
como que questionado,
se o futuro é nos dado,
ou algo pelo qual tem de ser lutado?
A incerteza é uma constante,
uma amalgama de situações,
que perturba os nossos corações.
Numa demanda por respostas,
sem saber por onde começar,
começo por em mim procurar
que questões colocar.
Ao me debruçar procuro
no sangue derramado
o rasto, as sobras do estilhaço …
Se foi da certeza e convicção,
que resultou esta aflição?
Se foi o pragmatismo
que me colocou neste abismo?
Quando ao recusar ver,
ceder, acabei por a perder ...
Sem eu próprio disso me aperceber …
Ou se antes ...
Ou se antes, uma realidade objectiva
como que irrealista, um destino
masoquista?
Após todos os momentos em que a via rir.
Mesmo após todo o sofrimento e dor
eu sabia, que mais alto nos fazíamos ouvir
que qualquer feitiço de amor.
Apesar de tudo, jazes presente,
recordada, resguarda, por mim amada.
Em memória, todas as caricias:
De quando ainda me vias …
De quando ainda me sentias …´
Assim grito: que se lixe o pragmatismo …
Que se lixe o espelho, pintemos este de vermelho.
Arremessado, todo o reflexo que levou o romantismo.
Pois isto eu sei: este não é o fim com que me assemelho.
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