segunda-feira, 22 de março de 2010

Skinhead by Scentless

No pátio enfeitado de fumo,
Alguém passa com desconfiança,
Seu nome perdeu-se no tempo,
Nessa altura ainda uma criança,
De cabelo rapado por protesto,
Com corpo que há muito não crescia,
Olhos de um azul profundo,
Mas por detrás algo morria,
Insultos gritados das varandas,
Por ser pobre em bairro abastado,
Com veneno selado na boca,
E consciência de ser filho não desejado,
Encontrou o repouso na ponta do cigarro,
Encontrou a esperança no açúcar de rua,
Por viver sem vontade já não se preocupava,
Pois a vida que vivia já não era a sua,
E passeando sem desejar por entre o gozo,
E aos gozões esticando o dedo,
A resposta sempre pronta e igual,
“De filhos da puta nunca tive eu medo”,
E pouco a pouco encontrou a salvação,
Nesse óasis resplandescente que é a loucura,
Pois se o veneno é a tentação,
Então ele tinha encontrado a cura,
Fechado para sempre nessa concha,
Acalmado pela sua consciência,
Para nunca mais despertar desse sono,
Desse turpor causado pela demência,
Até ao dia em que o sol brilhou mais forte,
E a sua vida ganhou mais cor,
Encontrou-a por entre a multidão,
E impaciente, colheu-lhe uma flor,
Aceitando-a, nele acendeu a luz,
Mas curta foi a sua duração,
A flor foi atirada ao chão e espezinhada,
E assim foi também o seu coração,
Sentindo-se traído, chorando lágrimas amargas,
Se ninguém no mundo o aceitasse,
E se tudo o que ele queria era um abraço,
Então a morte que o abraçasse,
Colhendo o frio da lâmina áspera,
Um rosto desconhecido para sempre desapareceu,
Rejeitado pelo mundo, agora e para sempre,
Por desdém viveu, e por amor morreu…

segunda-feira, 15 de março de 2010

Palavras sem sentido by Scentless

Dá-me uma página para encher
De palavras sem sentido,
Das de quem não fala,
E apenas faz ruído,
Mas a verdade é que eu não morri,
Apenas andei perdido,
Mas pergunto: “Darias pela minha falta,
Se tivesse morrido?”
Acordei, exausto,
Como se nunca tivesse dormido,
E a alegria que senti,
Como se nunca a tivesse sentido…

E porque não se sente?
Essa ilusão, de dentro,
O coração, diferente,
Nessa fracção de momento…

E eu não vou seguir,
Alguém que não existe,
E de repente uma brisa
Sopra com o seu tom triste,
E mesmo que me pedisses,
Eu não iria,
Prefiro esperar aqui, ansiando
Pelo toque de uma mão sempre fria,
Desejando com rancor,
Pedir para deixar de ser,
Pois se o amor está vivo,
Então eu prefiro morrer…

E porque não se sente?
Essa ilusão, de dentro,
O coração, diferente,
Nessa fracção de momento…

Deprevismo Rosado- by The Un{told}

Dedos, dedos, descem, dedos tocam, dedos mostram e sentem, percorrem a tua perfeição,descem, tocam. Ditam o caminho à língua húmida e despida. Olhos regalados tiram-te tudo o que tens, não és de ninguém és somente aquilo que tens. Estes comente enquanto te despes, inocente e envergonhada.

Pinto um rasto de saliva, tracejado, no teu corpo magoado, enquanto procuro o que quero, não tenho pressa, já te tenho.

Tu tremes, sentes e mordes-te, prevês o inevitável, o que anseias o que pretendes, conhecer a minha natureza com a tua. Pelos seios passei e contornei, remexi e mordi, desci e desci ....

Os dedos marcham primeiro, impetuosos, impiedosos, não escapa nada. Chego às ancas, redondas e perfeitas, macias, os dedos saboreiam em primeiro lugar cada centímetro, cada milímetro.

Chupo e chupo e saboreio e saboreio, com fervor e sem favor o teu umbigo, não tenhas pressa já lá chegamos.

Enquanto que as mãos ocupadas brincando com as tuas nádegas perfeitas e simétricas observo os teus olhos despidos que me confirmam o que queres, o que eu quero, o que nós queremos, deprevismos sem compromissos.
A língua, desce o regalo desta é tanto, a pele torna-se mais macia, mais pálida, mais tímida, os dedos descem um pouco e contornam as tuas virilhas, até sorriem, as tuas pernas.


À espera à espera à espera
Ela bate, ela bate, ele bate

Impaciente, Impaciente, Impacientes

Chega


Chega eles dizem, agarram-te as pernas e abrem-tas à procura do cálice da vida, o Rosado, para que a língua possa beber dele.

A língua não tem pressas, mas com tempo lá chega ao botão.
Tu tremes, tanto que tu tremes, as tua unhas perfuram os lençóis, com fúria e prazer, e eu que ainda mal comecei.

Uma bela rosa, com os seus encantos e regalos, cobiçada, amaldiçoada, violada, desejada, ambicionada e magoada. Sozinha, assustada, respirando e ansiando. A língua contorna, abusa, retira tudo do botão, morde lambe chupa morde lambe chupa morde lambe chupa e tanto que desfruta.

Os dedos ciumentos não se contentam, esfomeados por te tocar vão ao prato principal. Passam os dedos pelo Rosado, ficam húmidos, não se atrevem a entrar a procurar a esgravatar, ainda não. Vão dar à língua a provar o sabor da tua humidade, e estes húmidos, cavalheiros da sua natureza abrem as portas ao cálice. Disputam entre si pelos escolhidos, a pisar a terra sagrada, lei da sobrevivência, os maiores ganham.

Vão 3

Penetram tuas defesas de cabeça erguida para alcançar a terra esquecida.
Tu demonstras o teu agrado, mais uma vez contorces-te toda reviras os olhos, mãos esticadas, pele corada.

É uma indecisão, a de estes escolhidos, que não sabem onde ficar, lá dentro ou cá fora.

A língua demande, a língua exige, um canal desimpedido. Os dedos dobram-se à sua cede, e esta seca da tua pele, mata a cede no teu cálice.

A sua cede é insaciável, inesgotável, imperdoável mas desejável. É a gula e a luxuria na sua convivência.

Lambe todo o rosado, a tua rosa, a tua jóia mais preciosa. Somos húmidos, fios de saliva pintam uma teia, a nossa doutrina.

As tuas mãos, agarram a minha cabeça, com garras fazem-me festas brutas e impulsivas.
Subem e descem, a força vêm a força vai-te, mas eu vou e vou.

Contrariada tem de sair,a língua, não é a única com fome, e com curiosidade para entrar nesses vales de maravilhas.

Estou sobre ti, olhos nos olhos, a tua respiração é fogueante, dou-te um beijo puxado pela língua para esta confraternizar com a tua, mais um fio de saliva.

Com os teus olhos nos meus, conheço as tuas mãos quentes e despidas em mim, enquanto que me puchas para dentro de ti. O ceptro nu e orgulhoso, manejado por ti, conhece as portas do teu vale, toca-lhes bem, e entra, por um fundo corredor com fervor e sem favor.

Por aqui ficamos, é agora, a meta do nosso conto, que acaba, somente quando, conhecido um prazer carnal final, pintamos o canal.



Natureza por natureza, carne por carne, prazer por prazer, é assim que deve ser, a rainha de nosso senhor, a dama de fervor do nosso esplendor.

domingo, 14 de março de 2010

Retrato de uma Paisagem Comum- by the Un{told}

Com um par de cornos caminham cegamente

Balbuciando ilusões alegremente


Procuram pastagens verdes e água

Riquezas e grandezas

Para saciarem a sua magoa

E fundarem suas impressas


Um verde inocente e belo

Passa para um verde corrompido

Usado para trocas materiais, fachadas carnais

Para encerrar memorias de um local já esquecido


Grandiosas verduras

Transformam-se em duvidosas infra-estruturas

Que se estáveis como o seu génio por detrás

Destinadas a seguir o seu rumo estão

Por regra levando muitos cabritos pelo caminho.


Uma realidade crua e verdadeira, um sem expressão de nome gula

É a necessidade de dono de tudo ser para de tudo ter, quando nem donos de tão pouco como um sorriso verdadeiro conseguimos ser.


É a pose do que não pode ser domado, que uma vês revoltado não pode ser contrariado.


Um vento rude e bruto


Apaga o murmuro e os sussurros

De uma paisagem iluminada pelos sonhos

Estilhaçados de uma manada de sonhadores


O sol se mostra, incide e bate


Queima furiosamente gloriosamente

Está mal disposto, pois como não pode?

Perante a visão do pecado e da morte

Sem culpa ou pena aparente


A água acorda, se revolta


Traz-nos a sua face mais devastadora

Uma vez calma e serena de grande tolerância e grandeza

Agora indomável e inconsciente intolerável e magnificente

Tapa o sol por minutos, o desejo de muitos, para dar a beber ao mundo o seu julgamento.


A terra fala, tudo se cala


Seu silêncio é tomado como certo, é tímida e envergonhada

Mas o peso às suas costas é tão grande, é demasiado para suportar

Portanto voz às suas acções ela tem de dar, quando esta fala, todos choca, a todos chega

A todos controla.


É um resultado inevitável, um futuro previsível

Muitos procuram o Oásis, uns proclamam quase lhe tocarem

Para quê? Para o terem e verem-no passar pelas mãos do industrialismo e do consumismos?

Se não se aprende com os erros de que nós serve errar?


Blood on the waves by Scentless

Once upon a time in a made-up story,
All of the rejects came out to play,
Never giving thanks or saying they're sorry,
Living different lives, but walking on the same way,
Used to laugh a lot to make it seem he was happier,
They never realized he was dying inside,
My obsession never seemed healthier,
Using my denial to kill time...

There's blood on the waves! On the waves! On the waves!

Getting through it all to reach the greater good,
Writing angry letters to never send,
Change our life and leave in a boat made of wood,
Got us stuck in an island with a skull for a friend,
Ressuscitated by a kiss in the moment,
All of the flowers started to smell nicer,
No more tears to keep filling the ocean,
Look into your eyes so I can stare at myself...

There's blood on the waves! On the waves! On the waves!

Cut my wrists so I can watch them heal,
Reflects in the mirror before it breaks,
Never again will I ask before I kill,
Is it so wrong to look back and see only mistakes?

Blood on the waves! On the waves! ON THE WAVES!

Oásis by Scentless

Uma onda distante,
Que veio do nada,
Um beijo inocente
Simula a facada,
De uma sombra com asas
Veio o mundo mal feito,
Atravessando a estrada
E amando por defeito...
Era tão bom que o teu sorriso durasse para sempre!
Alegremente!
Diz quem sabe que vou dizer o que sinto à tua frente!
Nem que só tente!

Uma praia sem luz
E um sol que não arde,
A noite já não seduz,
É demasiado tarde...
Tenho a noção que ninguém vive para sempre!
Eternamente!
Não temo a morte, mas conto os dias!
Secretamente!

Uma noite sem toque,
Uma vaga emoção,
Mas por entre os recortes,
Nasce a sensação...
Espera pela brisa suave no meio do deserto!
Está a chegar!
Espera pelo óasis de vida, está tão perto!
Já lhe consigo tocar!!

O que é um Sorriso- by The Un{told}

O que é um Sorriso?

Não é um sorriso, mas sim aquele sorriso.

É uma paz de espírito, é uma harmonia problemática, é uma imagem bonita, é um retrato emblemático.

É uma arma que não custa, mas a quem muito custa, é a infinita munição apontada ao coração para que este fuja à razão.

É a arma apontada ao meu peito, é a condicionante marcante, é a minha força e o meu desprezo, o desejo e a minha fraqueza, é a indiferença que marca uma grande diferença, a estúpida incógnita.

É reconfortante e inquietante, o seu emprego, o seu fundamento eu procuro, é a esperança porque luto ou a Ilusão porque sofro ?

É o que tu me dás para me reconfortar é a cortina onde te escondes, sozinha e magoada, é a magoa no reflexo da água.

É o golpe baixo e injusto, mas que eu procuro a cima de tudo.

É a esperança ou a Ilusão, num coração magoado ou num coração amaldiçoado?
Num coração com destino ou num coração esquecido, tu marcas o teu desejo sem pensar no seu peso.

É o que escondo bem cá no fundo, como um defunto para não te por no mesmo plano de fundo que este defunto moribundo.

Reflexos Moribundos

Este blog for criado por duas pessoas (The Untold e Scentless Apprentice, de nomes "artísticos"), com o mesmo objectivo: o da expressão criativa.
O blog vai portanto ter como objectivo o da exposição de textos, poemas, letras e todo o tipo de expressão textual para posterior análise e criativa por parte de outros utilizadores.
Esperemos que gostem!!