Imagina-me
cego, rumo por acidente,
Caminho sem
saber o que me espera lá à frente,
Vago dom de
adivinhação, sem esperança de estar lá e estou...
Se o teu
medo é deserto, amor é água e pedra que bebes à espera,
Eu não sofro
para o resto do mundo,
Mas meu
amor, nem por um segundo eu deixei de sofrer,
Os teus
olhos sem cor
Já não me
deixam morrer.
Se não me
deixares num frasco à porta,
Eu preciso
de alguém para uma morte a sós,
Nós somos
quem amamos e o muro está farto desta questão,
Porque o teu
rosto está perto, não me peças um só traço sem que eu te vá rasgar,
Um abraço é
um sufoco junto,
Que sem
orgulho, é dor e eu não a provo para saber,
Sem ritmo,
dançamos,
Neste tom só
teu,
Refúgio vão
nestas páginas amarradas,
De histórias
inventadas por quem quer ser quem não sou,
E as letras
falam por defeito
Em códigos a
preto que não ajeito por ninguém,
Essa vida
pobre a dois,
Já só me
deixa viver.