Privado e roubado, parecer manchado, de um passeio
imaculado.
Contudo eu sei, contudo eu sei, que sozinho não
caminharei
de mãos dadas, no verde estrelado, à sombra do que me é
mais chegado.
Num ontem resguardado, aprecio o chilrear que hoje jaz
quebrado.
O doce paladar da aragem, do conforto e do frio
transtorno.
Aguardarei, no soalho conhecedor do tempo, abastado de
sol, chuva ou vento
de memória ao peito, com um sorriso sem jeito, feliz te recordarei
como sempre te amei.
Figuro então hoje num quadro inacabado, não só, mas acompanhado.
Recordo-te bem, recordo-te mal, recordo-te sempre amado.
Recordo-te bem, recordo-te mal, recordo-te sempre amado.
Por tudo e por nada, pelo todo que foste e és, obrigado.
Pois sou filho sou filha, sou primo sou prima, sou tio sou tia, sou alguém que para ti sorria, como todos para alguém, para mim tu és família.
Em memória de um grande senhor e amigo,
toda a força que esteja contigo e com os teus.
Jorge Gião
1966~2014