quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Olhos de Vidro by Scentless


O que sei, de outro tempo,
Um corte na pele e um silêncio indeciso,
Por lutar, um fio de luz,
Que tão depressa aparece como se reduz...
Trouxe-me atrás, já profundo,
Adormecido em veias de céu,
Por entre o mar, atravessado entre placas de ouro
E a gostar, parece uma mão infinita,
Mas por entre os teus olhos já só estou eu;

Se fosse sempre um só olhar,
Por entre um sopro, a voz de alguém,
Murmura um leve respirar,
Mas eu não nasço por ninguém.

Logo após um sentimento, tão ingénuo quanto perfeito
E a voz, que pára por um momento,
Tão cedo engasga como é levada pelo vento...
Vivo atrás desse tempo,
Em que chama vem de dentro e o fumo chega ao infinito,
E os olhos já só veêm por amar,
Mas que há para ver se não se ouve chamar...

Se fosse sempre um só olhar,
Por entre um sopro, a voz de alguém,
Murmura um leve respirar,
Mas eu não nasço por ninguém.

Flutua e dorme por um instante,
Fica apenas nosso esse curto segundo
E a sonhar, o mundo é distante,
E a sombra de nada está já ao nosso alcance;
Num toque leve e inseguro,
Meus olhos vidro e minha alma papel,
Dançando breve e rasgando-me em curvas,
Corpo de letras e poesia de pele...